Sérgio Cabral diz que Galeão não será privatizado
Segundo o governador do Rio de Janeiro, modelo de concessão está descartado e Infraero deverá se associar a uma gestora privada
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, informou nesta segunda-feira que o Aeroporto Internacional do Galeão não deve ser privatizado – e sim, operado sob um modelo de gestão compartilhada. Ele afirmou que esta é a solução mais “inteligente” que a presidente Dilma Rousseff encontrou para viabilizar as melhoras necessárias. “A Infraero deve se associar a uma gestora privada de aeroportos e, então, cria-se uma empresa própria para gerir aeroportos”, afirmou Cabral ao deixar o Ministério da Fazenda.
Para Cabral, o Galeão precisa de gestão. “Queremos que a escada rolante funcione, que a bagagem chegue rapidamente e que o banheiro esteja limpo”, disse. Ao ser questionado se essa associação entre a Infraero e uma empresa privada, com experiência em gestão de aeroportos, ocorreria sem licitação, Cabral disse que não poderia entrar em detalhes porque essa é uma decisão da presidente Dilma.
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Modelo confuso – A afirmação do governador coroa um período de informações contraditórias sobre as novas concessões de aeroportos. Há poucas certezas sobre o tema. A insatisfação da presidente Dilma Rousseff com o primeiro modelo de concessões é uma delas. Dilma irritou-se ao perceber que as grandes operadoras aeroportuárias (e também as maiores construtoras do país) haviam ficado de fora do leilão e perdido os lances para empresas de menor porte. Para impedir que o erro se repetisse, a Secretaria de Aviação Civil (SAC) passou a estudar critérios mais rígidos de seleção de empresas. Além disso, houve mudanças internas na própria SAC para permitir uma maior participação do Ministério do Planejamento e da Casa Civil na elaboração do novo plano.
Contudo, após o anúncio do pacote de concessões de ferrovias e rodovias, informações desconexas passaram a ser vazadas para a imprensa sobre a desistência do modelo de concessões em detrimento de Parcerias Público-Privadas (PPPs) ou o fortalecimento da Infraero por meio da criação de um braço de investimentos da estatal, chamado de Infrapar. Ainda não há uma definição sobre qual modelo será adotado. Contudo, o governo tem sofrido pressão intensa do PT para estancar a ânsia por privatizações e optar por modelos nos quais o estado permaneça como majoritário. A decisão, mais uma vez, está nas mãos da presidente. No entanto, depende de uma variável importante: se alguma operadora aeroportuária respeitada no mundo aceitará submeter-se aos desmandos da Infraero.
(Com Agência Estado)