Comissão do Senado aprova indicação de Campos Neto ao comando do BC
Nome do economista ainda precisa receber o aval do plenário da Casa; ele foi a escolha do governo Bolsonaro para substituir Ilan Goldfajn no cargo
A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) aprovou por unanimidade nesta terça-feira, 26, a indicação de Roberto de Oliveira Campos Neto para o cargo de presidente do Banco Central após uma sabatina com o economista.
Agora, o nome indicado pelo governo para o comando do BC precisa receber o aval do plenário da casa para ser confirmado. A expectativa é de que isso ocorra também nesta terça.
Na sabatina, Campos Neto defendeu o projeto que fixa critérios para o exercício de cargo de dirigente em instituições financeiras públicas. “Precisamos aprimorar a governança, alinhando as exigências para os dirigentes em bancos públicos àquelas já existentes para o setor privado.”
O economista citou ainda quatro dimensões que ele considera importantes para democratizar o mercado de capitais no Brasil: inclusão, precificação adequada, transparência na formação de preços e educação financeira.
Ele também elogiou o projeto de autonomia para a autoridade monetária e defendeu a política realizada na área desde meados de 2016. “O objetivo é aprimorar o arranjo institucional de política monetária, para que ela dependa menos de pessoas e mais de regras, e para que estejamos alinhados à moderna literatura sobre o tema e aos melhores pares internacionais”, afirmou.
“Esse trabalho [de política monetário do BC] só foi possível, a meu ver, com o reforço da credibilidade institucional, que se encontrava abalada pelos resultados negativos colhidos em 2015 e em parte de 2016”, completou.
Quem é?
Campos Neto foi indicado para o lugar de Ilan Goldfajn, que resolveu não permanecer à frente do BC. No ano passado, Goldfajn disse que a decisão foi tomada por motivos pessoais. Ele segue como presidente do BC até que Campos Neto tenha o nome aprovado pelo Senado.
O postulante ao cargo de presidente do Banco Central é atualmente assessor do ministro da Economia, Paulo Guedes, e integrou a comitiva brasileira no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. O indicado é neto do economista, diplomata e escritor Roberto Campos (1917-2001), defensor do liberalismo econômico, que participou do governo Juscelino Kubitschek e foi ministro do Planejamento do governo Castello Branco. Seu avô foi deputado federal e senador, além de membro da Academia Brasileira de Letras e embaixador em Washington e Londres.
A comissão realiza, também nesta terça, as sabatinas de Bruno Serra Fernandes e João Manoel Pinho de Mello, indicados para duas diretorias do BC, e Flávia Martins Sant’anna Perlingeiro, indicada para o cargo de diretora da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
(Com Agência Brasil, Estadão Conteúdo e Reuters)