Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Senado desiste de novo feriado, mas decisão não deve aliviar economia

Data para Santa Dulce dos Pobres é removida; além das perdas com os feriados, país sofre principalmente por ter uma produtividade baixa

Por Luana Zanobia Atualizado em 29 nov 2021, 18h46 - Publicado em 24 nov 2021, 14h57

O senador, Ângelo Coronel (PSD-BA), autor do projeto que instituía o feriado nacional de Santa Dulce dos Pobres, voltou atrás e desistiu da proposta. O texto já havia sido aprovado pelo Senado e passaria pela avaliação da Câmara dos Deputados e depois para sanção presencial. A proposta agora é de instituição de um dia nacional em homenagem à Santa Dulce dos Pobres, como ficou conhecida a brasileira irmã Dulce após ter sido canonizada pelo Papa Francisco em 2019. A mudança na proposição foi motivada, segundo o parlamentar, para evitar impactos econômicos de um novo feriado no país.

O Brasil possui nove feriados nacionais, além de outros quatro pontos facultativos. Apesar do alto volume de folgas no calendário, o país está longe de ser o com maior número de feriados. Índia e Colômbia, por exemplo, possuem 18 feriados nacionais em seus calendários. Países desenvolvidos como Japão e Finlândia possuem 15 feriados; França conta com 11; e Estados Unidos, 10.  “A questão é mais conceitual do que propriamente monetária. É sobre produtividade, porque alguns países conseguem produzir mais com menos dias úteis. Nossa economia tem grau de informalidade e nível educacional baixo, que impactam na produtividade, e esse é um ponto a ser considerado, diz Guilherme Dietze, assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP).

As entidades setoriais não sugerem remoção ou inclusão de novos feriados no calendário. Em especial em ano pós-pandemia em que a produtividade e a economia foram bastante afetadas pelas medidas restritivas.

Os impactos dos feriados são bastante significativos para a economia brasileira. O último levantamento realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) estima perdas significativas para a indústria com as paralisações, com perdas de 66,8 bilhões de reais, o equivalente a 4,4% do PIB Industrial brasileiro. Nessa estimativa, foram levados em conta 11 dos 12 feriados nacionais de 2017, que caíram em dias de semana, quando as perdas são maiores.

Continua após a publicidade

Além disso, a Firjan calcula perda de arrecadação tributária para o governo. Em 2017, essa perda foi estimada em 27,6 bilhões de reais, o equivalente a 2,5 bilhões de reais a cada feriado nacional, considerando os tributos federais, estaduais e municipais.

Neste ano, dos nove feriados nacionais, seis ocorreram em dias de semana, incluindo pontos facultativos como Carnaval e Corpus Christi, e três foram prolongados, aqueles em que ocorrem na sexta-feira ou segunda-feira. “Na busca pela redução do “custo Brasil” e pelo aumento da competitividade da indústria brasileira, fundamentais à retomada do crescimento, o Sistema Firjan propõe que aqueles feriados que caírem no meio de semana sejam deslocados para segunda-feira ou sexta-feira, evitando assim os “enforcamentos”, diz a entidade em relatório.

No comércio, as perdas chegam a 7,6 bilhões de reais, segundo o último levantamento da Fecomercio-SP, de 2019. O valor representa 0,4% de tudo que o setor fatura em um ano, ou cerca de um dia e meio de comércio completamente fechado. Os segmentos que mais perdem com os feriados são farmácias e perfumarias (-31%), com perda de faturamento de 1,1 bilhão de reais; seguido de vestuário, tecidos e calçados (-32%), com 801 milhões de reais; e móveis e decoração (-33%), com montante atingido de 620 milhões de reais.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.