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Sem tarifa e burocracia, bancos digitais avançam sobre público jovem

Três dos principais operadores deste mercado somam 1 milhão de clientes, que têm em média 30 anos

Por Gilmara Santos
Atualizado em 30 abr 2018, 16h57 - Publicado em 30 abr 2018, 08h31

Abrir uma conta corrente pelo celular sem a necessidade de apresentar cópias de documentos ou assinaturas são algumas das facilidades que têm levado os bancos digitais a conquistar clientes das instituições tradicionais. Além da praticidade e menos burocracia, tarifas reduzidas ou até zeradas aparecem como um importante diferencial dos digitais.

“De 10 anos para cá, temos um perfil de cliente mais independente, que prefere usar as plataformas on-line, como os caixas eletrônicos e a internet, a falar com uma pessoa. Assim, a chegada desses bancos contribui para atender às necessidades desse novo consumidor”, afirma Ricardo Rocha, professor de finanças.

Segundo ele, a isenção de tarifas é um atrativo importante na captação dos consumidores. “Há uma pressão para a redução de custos e aumento de eficiência e sem agências físicas isso é mais efetivo. A tendência é que isso reflita nas cobranças para o consumidor bancário”, afirma o professor.

Três dos principais operadores deste mercado somam 1 milhão de clientes, que têm em média 30 anos. Os serviços oferecidos por eles são bastante semelhantes. Todos têm a opção da tarifa zero tanto para conta quanto para o cartão de crédito, sendo que alguns cobram por determinadas transações. Os valores disponíveis na conta corrente desses bancos são aplicados automaticamente em poupança ou Certificado de Depósito Bancário (CDB), dependendo da instituição.

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Por não ter agência física, todas as dúvidas e solicitações devem ser resolvidas pela plataforma, sendo o chat o principal canal, com operadores disponíveis o dia inteiro, inclusive nos fins de semana. Por outro lado, a falta de atendimento presencial pode dificultar o saque de recursos, que normalmente só pode ser feito em agências do Banco 24 horas. Os depósitos também podem ser um problema. Alguns bancos permitem a operação em correspondentes bancários, como as lotéricas. Em outros, o cliente tem que gerar um boleto bancário no aplicativo e realizar o ‘pagamento’ para que o valor entre como crédito na conta corrente.

O avanço dos bancos digitais está obrigando as organizações tradicionais a mudar a estratégia de atuação para não perder mercado, principalmente entre os mais jovens. O Bradesco lançou no ano passado o Next, seu banco digital sem cobrança de tarifa para uso de cartão ou nas máquinas de autoatendimento da rede 24 Horas.

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Banco do Brasil, por sua vez, lançou em junho do ano passado a abertura de conta corrente completa pelo aplicativo. D

Com o intuito de competir com os diversos cartões de crédito digitais, o Itaú criou um produto sem anuidade. As operações digitais parecem incomodar os bancos tradicionais. O Nubank entrou com uma representação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) acusando os cinco principais bancos do país – Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa, Banco do Brasil e Santander – de prejudicarem a livre concorrência no mercado de cartão de crédito. O Cade abriu então um inquérito administrativo para apurar a denúncia de que os bancos dificultam a atuação de novos agentes no mercado de cartões.

Veja abaixo os que os bancos digitais estão oferecendo:

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Next

Aberto em outubro do ano passado, o banco digital do Bradesco tem 100 mil clientes ativos e outros 420 mil em processo de adesão. A conta dá direito a um Documento de Crédito (DOC) ou Transferência Eletrônica Disponível (TED) gratuito por mês. Com uma tarifa mensal de 9,95 reais, essas transações são ilimitadas. A conta corrente é vinculada a uma poupança.

Dentro do próprio aplicativo do banco é possível fazer uma planilha financeira que ajuda a controlar os gastos. “O cliente cria categorias no programa e os algoritmos mostram de que forma está usando seus recursos. É possível também estabelecer metas e o aplicativo faz os cálculos e mostra se o fluxo financeiro vai permitir atingir os seus objetivos”, diz o superintendente do Next, Jeferson Honorato.

Neon

Cerca de 600 mil clientes fazem parte da carteira do Neon, que foi criado há dois anos e meio. “Nossa meta é chegar a 1 milhão de clientes até o fim deste ano”, diz o fundador Pedro Conrade.

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A ideia de criar um banco surgiu depois de uma experiência negativa de Conrade com a sua instituição financeira tradicional. “Fiz uma compra de 27 reais, mas só tinha 26 reais na conta. O banco me cobrou 46 reais de tarifas e juros”, comenta o executivo. Nem a conta corrente nem o cartão de crédito, lançado há 3 semanas, têm cobrança de tarifas ou mensalidade. O pacote dá direito a uma TED, um boleto e um saque por mês – a partir daí existe a cobrança de 3,50 reais, 2,50 reais e 6,90 reais, respectivamente. Todos os recursos depositados na conta são automaticamente aplicados em CDB com o pagamento de 100% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI).

Nubank

O banco começou a operar em 2014 apenas com cartão de crédito e só em outubro do ano passado lançou a possibilidade de abertura de conta corrente para os clientes. “Em duas semanas estará disponível para todos os interessados”, diz o CEO e fundador do Nubank, David Vélez. Em dezembro, a instituição contabilizava 3 milhões de clientes no cartão. A empresa ainda não divulga os dados de conta corrente, que não tem tarifa, TED ilimitada sem custo e aplicação de qualquer valor automaticamente em títulos públicos.

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Banco Inter

Com uma base de 379 mil correntistas, a conta digital do Inter também é isenta de tarifas, sem cobrança por transferência bancária, saques, ou qualquer operação financeira. O cartão de crédito também é isento de anuidade.

Mudança de estratégia

Para evitar perdas de correntistas, o Bradesco criou o Next, seu banco digital. Por enquanto, o único dos cinco maiores que adotou essa estratégia.

 

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