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Seis bancos centrais decidem o futuro de suas economias

Semana marcada por um feriado no Brasil concentra a maior quantidade de reuniões de autoridades monetárias desde outubro de 2008

Por Marcel Salim
1 nov 2010, 20h46

Mercado projeta que Federal Reserve deverá injetar entre 500 bilhões de dólares e 1 trilhão para estimular a economia americana

A cautela dos investidores pode se intensificar nesta semana por conta de decisões que podem ser tomadas nos próximos dias. De terça a sexta estão agendadas reuniões internas dos bancos centrais de Austrália, Estados Unidos, Índia, Inglaterra, Europa e Japão.

Em pauta, como cada país deve se comportar para enfrentar o que vem sendo denominada guerra cambial. A concentração de encontros entre autoridades monetárias num período tão curto não ocorria desde outubro de 2008. Confira abaixo o que o mercado espera sobre a atuação em cada país:

Austrália – Na terça-feira, o mercado observa o resultado do encontro dos membros do Reserve Bank of Australia (RBA, na sigla em inglês, ou banco central australiano). A expectativa do mercado é de que a autoridade monetária eleve a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, de 4,50% para 4,75% ao ano, com o objetivo de equilibrar o peso do recuo da inflação e das condições de crédito contra o aumento na geração de postos de trabalho.

Índia – A reunião do Reserve Bank of Índia (RBI, na sigla em inglês, ou banco central da Índia) também ocorrerá na terça-feira. A expectativa do mercado é de que a autoridade monetária eleverá a taxa básica de juros pela sexta vez no ano, de 6% para 6,25%, com o intuito de atrair um investimento recorde na compra de títulos da dívida pública, o que tem provocado uma forte valorização da rúpia (moeda indiana) para seu patamar mais alto já visto em dois anos.

Estados Unidos – O encontro mais esperado da semana é o do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que ocorrerá na quarta-feira. Os analistas estimam que a autoridade monetária irá manter a taxa básica de juros entre 0% e 0,25%, patamar fixado desde dezembro de 2008.

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Questionado sobre uma possível alteração no juro americano, Clodoir Vieira, economista-chefe da Souza Barros Corretora, acredita que isto não deverá ocorrer no curto prazo. “O mercado aguardava por sinais de que o Fed iria promover uma flexibilização na sua política monetária nesta reunião. No entanto, indicadores econômicos melhores que o esperado divulgados nos últimos dias prolongaram esta perspectiva”, afirma.

Mesmo sem mexer no juro, espera-se que Fed implemente um novo programa de compras de títulos para aquecer a economia (denominado quantitative easing). Especulações entre analistas apontam que o Fed poderá injetar entre 500 bilhões de dólares e 1 trilhão no mercado.

Para os analistas, este montante é insuficiente para promover grandes resultados na tentativa de aquecer a economia americana. Segundo eles, caso o Fed injete mais liquidez no mercado, as autoridades americanas agravarão a chamada “guerra cambial”.

“Com o quantative easing, grande parte dos recursos dificilmente fica dentro da economia americana”, explica Clodoir Vieira, da Souza Barros Corretora. Segundo ele, “por ter um juro menos atrativo, os investidores de lá usam esse montante para investir em países emergentes, provocando consequentemente uma desvalorização do dólar e intensificando a guerra cambial, tão discutida atualmente”, completa.

“É por esta razão que o Fed deverá agir com cautela, para não provocar o G20 (grupo que reúne países industrializados e os principais emergentes do mundo, cuja reunião está marcada para este mês)”, diz André Perfeito, economista da Gradual Investimentos.

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Segundo ele, as injeções de liquidez do Fed devem contentar os americanos e não provocar simultaneamente as demais nações. “O Fed não pode atuar fortemente, injetando dinheiro demais na economia ou elevando o juro sem fundamento algum. Acredito que, diante da reunião do G20, prevista para ocorrer neste mês, não precisamos agora de um clima de nervosismo entre as nações. Precisamos de cooperação. A única saída para a melhora da economia americana e solução da guerra cambial é um acordo de boa fé entre líderes mundiais”, prevê o analista da Gradual Investimentos.

Inglaterra e Europa – Seguindo a mesma linha do Fed, os membros do banco central da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) e do Banco Central Europeu (BCE) têm reuniões marcadas para esta quinta-feira e, conforme o consenso do mercado, devem manter inalteradas suas taxas básicas de juros, atualmente fixadas em 0,5% e 1% ao ano, respectivamente.

Japão – Na reunião prevista para sexta-feira, o Bank of Japan (BoJ, na sigla em inglês, ou banco central do Japão) também deve evitar mudanças en sua política monetária. Segundo especialistas consultados pelo site de VEJA, as alterações necessárias já foram feitas na reunião passada, ocorrida em 5 de outubro.

Na ocasião, as autoridades optaram por cortar o juro para entre zero e 0,1% ao ano. Foi a primeira alteração na taxa básica desde 19 de dezembro de 2008. Além disso, o BoJ anunciou ainda um programa de compra de ativos – como títulos do governo e corporativos, papéis comerciais, fundos de índices (ETFs), entre outros -, no valor de até 35 trilhões de ienes (420 bilhões de dólares).

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