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Secretário dos EUA tenta convencer Brasil a comprar caças

Segundo Leon Panetta, Brasil terá parcela de tecnologias avançadas reservada apenas aos parceiros mais próximos dos EUA

Por Da Redação
25 abr 2012, 11h55

O secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, fez nesta quarta-feira no Rio de Janeiro um discurso entusiasmado tentando convencer o Brasil a adquirir caças americanos, enaltecendo o comércio bélico entre as duas maiores economias das Américas.

O caça F-18 Super Hornet da empresa americana Boeing é visto como azarão na concorrência para a compra de novos caças da Força Aérea Brasileira. A licitação tem um valor inicial em torno de 4 bilhões de dólares, quantia a ser substancialmente ampliada com a manutenção e com encomendas posteriores.

A presidente Dilma Rousseff tem apresentado o caso como um marco na definição das alianças militares e estratégicas do Brasil nas próximas décadas, refletindo sua nova condição de potência econômica global. “Esta oferta, que tem forte apoio do Congresso dos Estados Unidos, contém uma parcela de tecnologias avançadas sem precedentes, que é reservada apenas aos nossos aliados e parceiros mais próximos”, disse Panetta em discurso na Escola Superior de Guerra, no Rio.

“Estou esperançoso de que o governo brasileiro afinal escolha adquirir o Super Hornet para ser o caça da nova geração para a sua Força Aérea”, acrescentou o secretário, que acredita que a compra fortalecerá as indústrias brasileiras de armamentos e aviação, ao permitir que elas transformem suas parcerias com companhias dos EUA”.

Mas a empresa francesa Dassault Aviation ainda é vista como favorita para a venda de 36 caças Rafale ao Brasil. A outra proposta na concorrência é a do caça Gripen, da sueca Saab.

O favoritismo da Dassault foi reforçado neste ano, quando a Índia disse que estava negociando a compra de 126 Rafales. Isso atenuou as preocupações existentes no Brasil a respeito do caça francês, que até então não tinha compradores fora da França.

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Embraer – Em entrevista coletiva na terça-feira em Brasília, o ministro da Defesa, Celso Amorim, reiterou que o Brasil ainda não tomou uma decisão a respeito dos caças. Mas pareceu insinuar que as preocupações brasileiras a respeito do compartilhamento de tecnologias pelos EUA não estão completamente resolvidas.

Ele também manifestou preocupações com o recente cancelamento de uma concorrência dos EUA, vencida pela Embraer e por seus sócios, para fornecer 20 aviões ao Afeganistão, num valor de 355 milhões de dólares. O contrato foi suspenso por causa de aparentes irregularidades. Seria o primeiro da Embraer com as Forças Armadas dos EUA, e Amorim não escondeu sua decepção. “Naturalmente, não posso dizer que a relação inteira vai depender desse exemplo em particular”, disse Amorim.

Esse não foi o primeiro revés para a Embraer nos EUA. Em 2006, Washington vetou a venda de aviões Super Tucano para o governo esquerdista da Venezuela. Os EUA tinham esse poder de veto por causa da tecnologia americana incorporada aos aviões de fabricação brasileira.

Em outro incidente, em 2009, a Embraer disse ter sido temporariamente impedida de vender jatos comerciais à Venezuela por conterem sistemas americanos de comunicação.

Os episódios geraram temores de que o Brasil enfrente restrições similares no futuro com a tecnologia a ser recebida da Boeing em caso de aquisição dos F-18.

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Em sua primeira viagem ao Brasil como chefe do Pentágono, Panetta disse que os EUA querem ampliar o comércio de equipamentos militares de alta tecnologia, “num fluxo em ambas as direções entre os nossos países”.

Os EUA, garantiu Panetta, raramente negam licenças de exportação envolvendo o Brasil. “Houve uma época em que os Estados Unidos desestimulavam o desenvolvimento da capacidade militar em países da América Latina e Central”, disse Panetta em entrevista coletiva na terça-feira em Brasília. O fato é que hoje achamos o desenvolvimento desse tipo de capacidade importante (…). O que isso fará, eu acho, será promover a segurança nesta região.”

O comércio bilateral entre EUA e Brasil totalizou cerca de 74 bilhões de dólares no ano passado, contra 503 bilhões dos EUA com a China. Em 2009, a China superou os EUA como maior parceiro comercial do Brasil.

(Com agência Reuters)

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