Santander confirma demissão de mil funcionários no Brasil
Instituição financeira alega necessidade de se adaptar à nova realidade de competitividade do setor e às transformações do sistema financeiro nacional
Banco de origem espanhola minimiza a gravidade de sua política de demissões, argumentando que elas representam apenas 2% de sua força de trabalho
O Banco Santander confirmou na noite desta quinta-feira a demissão de cerca de mil pessoas de seu quadro de funcionários. Segundo comunicado enviado à imprensa, a instituição financeira realizou nesta semana algumas mudanças organizacionais que levaram a uma redução no quadro.
A nota afirma que, considerando que o banco emprega 55 000 pessoas, essa redução representa aproximadamente 2% de sua força de trabalho. “Essas mudanças organizacionais visam preparar o banco para acompanhar o processo de transformação do sistema financeiro nacional e a nova realidade de competitividade da indústria.”
O banco diz ainda que o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, que inclui a capital e a região metropolitana de São Paulo, atendendo solicitação do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, realizou audiência na tarde desta quinta entre as partes. Nova audiência será realizada na próxima terça-feira.
O Santander destaca que, além de seguir rigorosamente todas as previsões legais, está implementando um programa de apoio aos funcionários desligados, facilitando o processo de recolocação no mercado. “O Santander reafirma seu compromisso de crescimento e seu apoio ao desenvolvimento do Brasil”, conclui a nota.
Mais cedo, o TRT da 2ª Região determinou que o Santander suspenda as demissões feitas nesta semana. Caso o banco não volte atrás, a multa diária será de 100 mil reais. A informação consta em ata assinada pela desembargadora Rilma Aparecida Hemetério de audiência aberta nesta quinta que reuniu representantes do sindicato e do banco.
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Rumores – Na tarde desta quinta, o Santander rechaçou, por meio de sua assessoria de imprensa, rumores que circulavam no mercado de que a operação brasileira estaria à venda. Os boatos, que tiveram início na véspera e ganharam força no meio da tarde, apontavam que o Bradesco seria o provável comprador da instituição de origem espanhola. “Negamos veemente essa informação”, informou. O Bradesco também negou a informação de que estaria comprando o Santander.
Na quarta-feira, a matriz do banco confirmou a informação de que a filial brasileira passaria por um “ajuste” no número de funcionários, de forma a adequar sua estrutura ao “contexto competitivo da indústria”. A matriz não quis dizer, porém, o número de demissões previstas. A agência de notícias espanhola Europa Press, citando fontes da instituição financeira, cravou em 1 200 o número de dispensas.
(com Estadão Conteúdo)