Saldo da balança comercial é o pior da história para meses de fevereiro
Resultado foi puxado pela queda nas exportações de produtos básicos e manufaturados; importações também recuaram no mês
A balança comercial brasileira, que é o resultado das exportações e importações do país, registrou em fevereiro o pior resultado da história para o mês. O déficit somou 2,84 bilhões de dólares. Na quarta semana do mês passado, a balança teve um déficit de 1,06 bilhão de dólares, com vendas externas de 3,08 bilhões de dólares e importações de 4,147 bilhões de dólares.
O resultado de fevereiro é composto por exportações de 12,09 bilhões de dólares, queda de 15,7% em relação a 2014, e importações de 14,93 bilhões de dólares, o que representa recuo de 8,1% sobre os resultados do mesmo mês do ano passado.
O saldo negativo ficou levemente acima do teto das expectativas de mercado, que apontavam para um déficit comercial de 1,50 bilhão de dólares a 2,80 bilhões de dólares, com mediana negativa de 2,40 bilhões de dólares.
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No mês passado, as três categorias de produtos analisadas pelo Ministério do Desenvolvimento (MDIC) tiveram retração de vendas externas. As exportações de produtos manufaturados recuaram 11,1%, enquanto as vendas de básicos e semimanufaturados tiveram queda de 22,7% e de 2,3% nesta comparação.
As compras do exterior também recuaram. A queda mais expressiva foi a de combustíveis e lubrificantes recuaram 20,3% sobre fevereiro de 2014. Já as importações de bens de consumo, matérias-primas e de bens de capital caíram 6,8%, 3% e 8%, respectivamente.
No acumulado do primeiro bimestre, a balança continua no vermelho em 6,01 bilhões de dólares, o segundo pior resultado da série histórica do MDIC, iniciada em 1980. O valor só perde para os dois primeiros meses de 2014, quando o déficit comercial foi de 6,19 bilhões de dólares.
As exportações somaram 25,79 bilhões de dólares no primeiro bimestre deste ano e as importações totalizaram 31,81 bilhões de dólares.
Commodities – A balança comercial segue este ano prejudicada pelo baixo valor das commodities, perda de dinamismo das exportações de manufaturados e por menores exportações para a Argentina.
A valorização do dólar ante o real pode melhorar o desempenho das exportações, mas autoridades e especialistas em comércio exterior avaliam que assim como um dólar mais valorizado, é necessário também a estabilização no câmbio para permitir planejamento das operações de vendas no exterior.
A fraqueza da balança comercial segue como um dos principais fatores da deterioração das contas externas do país. Em janeiro, a conta de transações correntes, que registra todas as transações do Brasil com o mundo, registrou déficit de 10,7 bilhões de dólares e o Banco Central projeta para fevereiro saldo negativo de 6,4 bilhões de dólares.
Em um revés para o comércio exterior, mas a fim de conter renúncia fiscal, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou redução do benefício tributário Reintegra para o setor exportador. Com isso, a alíquota de crédito tributário sobre as vendas de produtos no exterior passou a 1% ante 3% para os anos de 2015 e 2016.
(Da Redação)