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Rombo maior nas contas públicas é mais realista, dizem analistas

O país não consegue fechar as contas no azul desde 2013, quando teve superávit de 75,2 bilhões de reais

Por Felipe Machado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 ago 2017, 19h39 - Publicado em 16 ago 2017, 19h15

O governo revisou ontem as metas de déficit primário de 2017 e 2018 para 159 bilhões de reais. A projeção anterior era de um rombo nas contas públicas de 139 bilhões de reais e 129 bilhões de reais, respectivamente. Analistas consultados por VEJA veem agora as contas do governo com mais confiança. O entendimento é que a nova estimativa é mais realista pois se ampara em fontes de arrecadação mais sólidas, sinais de recuperação da economia e limitação do avanço dos gastos públicos.

Mesmo antes de o governo admitir a necessidade de revisar a meta, analistas já viam dificuldades para fechar a conta. Entre os empecilhos estava o fato de a previsão levar em conta uma estimativa de crescimento da economia muito otimista e a entrada de receitas extraordinárias.

Para o analista da consultoria Tendências Fabio Klein, a arrecadação deve melhorar no ano que vem porque a perspectiva de crescimento é mais positiva. Além de indícios de melhora na atividade, há agora recuperação de setores que são mais tributados que o agronegócio exportador, que foi o motor do crescimento no começo do ano. “Estamos prevendo alta do PIB de 2,8%. E na medida em que há recuperação na indústria e nos serviços, a arrecadação deve aumentar”, explica. Em relação a este ano, não havia muito o que fazer a não ser reconhecer o problema nas contas.

Além da previsão de receita mais sólida, a previsão anterior contava com o impulso de eventos extras, como a segunda fase da repatriação de recursos.  A primeira fase, de 2016, rendeu 46,8 bilhões de reais em impostos e multas. Já a segunda, neste ano, estimada inicialmente em cerca de 13 bilhões de reais, rendeu apenas 1,7 bilhão de reais.  “A previsão para o próximo ano tem menos itens não-recorrentes, como repatriação ou concessões”, diz o estrategista-chefe da XP, Celson Plácido.

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Além do voto de confiança de analistas em uma meta mais realista, duas das principais agências de classificação de risco – Standard & Poor’s e Moody’s – anunciaram que manteriam a classificação de risco após o anúncio do rombo maior. A bolsa de valores  também fechou em alta, de 0,35%, aos 68.594.

O país não consegue fechar as contas no azul desde 2013, quando teve superávit de 75,2 bilhões de reais. Desde então, a diferença vem aumentando, até chegar ao recorde de 154 bilhões de reais registrado no ano passado. Tanto as instituições quanto os economistas chamam a atenção para mais reformas, em especial a da Previdência, projetada para conter avanço nos gastos públicos. “Reduzir salário no funcionalismo, adiar reajuste, tudo isso é paliativo”, analisa Plácido.

 

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