Revolta de acionistas do Wal-Mart deve marcar encontro anual

Por Jessica Wohl e Lisa Baertlein
FAYETTEVILLE, Arkansas, 1 Jun (Reuters) – A rede varejista Wal-Mart ressaltou seu forte desempenho financeiro neste ano, e o presidente do conselho, Rob Walton, prometeu garantir que a companhia atue com integridade.
Os comentários foram feitos no encontro anual de acionistas e na festa de 50 anos da maior varejista do mundo, nesta sexta-feira, que devem ser manchados por um escândalo relacionado às operações da empresa no México.
“Agir com integridade não é parte negociável deste negócio. É nosso negócio, e não vamos tolerar violações a leis ou malfeitorias de qualquer tipo”, disse Walton.
Em abril, o New York Times relatou que a direção do Wal-Mart de Mexico, ou Walmex, teria pago 24 milhões de dólares em propinas para a companhia crescer rapidamente no país e que o alto escalão da companhia tentou abafar o escândalo.
O Departamento de Justiça dos EUA, o regulador de mercados SEC e agências do governo mexicano estão investigando as alegaçòes. O Wal-Mart também está conduzindo uma apuração interna.
Grandes investidores e um grupo de empregados acionistas estão pedindo a saída do presidente-executivo, do presidente de conselho e de outros altos executivos pela suposta ligação deles com o escândalo de propina no México.
“O Wal-Mart nos deu a oportunidade, com o escândalo da propina no México, de tomar a iniciativa”, disse Jackie Goebel, de 60 anos, há décadas um funcionário da companhia.
Goebel pertence à Organização Unida por Respeito no Wal-Mart, que tem o apoio por grupos que incluem um grande sindicato de empregados de mercearias e passou os últimos dias fazendo campanha para os acionistas votarem contra vários diretores.
Apesar de muitas pessoas estarem usando o escândalo da propina para estimular um debate público sobre as práticas de negócio do Wal-Mart, “não vimos qualquer impacto significativo na maneira como nossos clientes ou outras pessoas veem nossa companhia”, disse o vice-presidente-executivo de assuntos corporativos, Leslie Dach, na quinta-feira.
O Wal-Mart diversas vezes afirmou que não vai comentar as acusações até o fim das investigações.