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Retaliação da União Europeia aos EUA deve afetar Brasil

Imposto extra sobre produtos americanos e salvaguardas planejadas pelo bloco econômico para evitar excesso de oferta devem impactar vendas nacionais

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 8 mar 2018, 09h58 - Publicado em 8 mar 2018, 09h54

A possível retaliação da União Europeia ao aumento de impostos sobre o aço e alumínio importados anunciado pelos Estados Unidos deve ter consequências para o Brasil. Isso porque dentre as medidas anunciadas pelo bloco econômico europeu estão a adoção de novas regras contra produtos estrangeiros, como protesto e forma de proteção ao aumento excessivo de oferta, o que afetaria as exportações brasileiras.

Na quarta feira, a União Europeia detalhou que pretende agir em três frentes em resposta à sobretaxação americana: aplicar tarifas sobre produtos estratégicos, adotarde medidas de salvaguarda e uma demanda junto à Organização Mundial do Comércio (OMC).

As áreas da economia americanas afetadas pelo aumento de tarifas seriam tanto a indústria metalúrgica quanto setores simbólicos da indústria e da agricultura dos Estados Unidos – com baixo impacto sobre os consumidores europeus. Em paralelo, medidas de salvaguarda contra o aço e o alumínio produzido em países como Canadá, China e Brasil poderiam ser adotadas para evitar a “invasão” do mercado europeu.

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A estratégia adotada pelos europeus acabará tendo um impacto negativo para as exportações brasileiras. Setores como o do aço, tabaco, suco de laranja, têxteis e calçados podem ser afetados. Bruxelas indicou que ainda está examinando qual seria a lista de produtos que seriam alvo de uma retaliação. O problema é que, pela lei, a imposição de uma salvaguarda exigirá que a UE aplique a mesma tarifa para todos os governos, inclusive o Brasil.

A Europa é, por exemplo, o principal comprador do suco de laranja nacional, respondendo por cerca de 70% das vendas ao exterior. A lista preliminar dos europeus também inclui sapatos de couro, tabaco e outros produtos que também são exportados pelo Brasil.

Impacto bilionário

Dentro do governo brasileiro, técnicos começam a avaliar qual seria o impacto de uma medida europeia em determinados setores. Alguns negociadores brasileiros já apontam que, se tudo isso for implementado, as perdas para o Brasil poderão ser bilionárias. Por enquanto, o governo brasileiro está apenas aguardando o anúncio pela Casa Branca.

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As linhas gerais do plano apresentado pela comissária europeia do Comércio, Cecilia Malmströmas  prevê uma cesta de produtos no valor de  2,8 bilhões de euros (11,24 bilhões de reais) – o estimado das barreiras americanas.

Diplomatas brasileiros também já deixaram claro de maneira informal aos europeus sua preocupação com o impacto em cascata que retaliações poderiam ter.

China

Além dos integrantes União Europeia e do Brasil, outros paises se manifestaram contra o aumento de impostos pretendido pelo governo americano. O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, afirmou nesta quinta-feira que o país pode adotar retaliações, caso o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, leve adiante a ameaça de impor tarifas à importação de aço e alumínio. “A história ensina que guerras comerciais nunca são a solução correta”, disse. “No caso de uma guerra comercial, a China dará as respostas apropriadas e necessárias.

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O ministro falou durante entrevista coletiva num intervalo da reunião anual do Congresso Nacional do Povo em Pequim. “Ver a China como um rival que tenta superar os EUA é um erro de percepção estratégica fundamental”, afirmou Wang. “A China e os Estados Unidos podem competir sem necessariamente ser oponentes, eles devem ser mais parceiros”, comentou. “Especialmente no mundo globalizado de hoje, uma guerra comercial é a receita errada.” Fonte: Dow Jones Newswires.

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