Repsol anuncia investimento em exploração para recuperar perda da YPF
Grupo planeja investir 19,1 bilhões de euros nos próximos quatro anos; 77% será gasto em exploração de petróleo em descobertas recentes
A petrolífera espanhola Repsol planeja investir pesadamente na exploração de descobertas recentes, ao cortar seu pagamento de dividendos e com a venda de ativos não essenciais. A nova estratégia faz parte da luta da diretoria para recuperar a empresa da crise com sua unidade argentina YPF.
O grupo disse nesta terça-feira – em sua primeira atualização estratégica desde que a maioria de sua participação de 57% na YPF foi nacionalizada pela Argentina no mês passado – que planeja investir 19,1 bilhões de euros (24 bilhões de dólares) nos próximos quatro anos, com 77% gasto em exploração de petróleo em descobertas recentes.
As principais empresas petrolíferas como a BP, Shell e Total estão aumentando os gastos em exploração na busca de tirar proveito dos preços elevados do petróleo. No entanto, alguns analistas temem que o gasto adicional não aumentará significativamente o retorno porque muitos projetos estão com margens menores.
A Repsol – que comprou a YPF em 1999, para reduzir sua exposição ao negócio de refino, menos lucrativo – disse que terá um crescimento da produção anual de mais de 7% nos próximos quatro anos. A companhia também disse que lucro líquido deverá crescer 80% ante os 1,7 bilhão de euros que fez em 2011, excluindo a YPF e com base em um preço do petróleo de cerca de 80 dólares o barril.
Após a desapropriação, a empresa disse que está se concentrando no Brasil, Estados Unidos, Rússia e em outros países latino-americanos. Na semana passada, o grupo anunciou a descoberta de 1,2 bilhão de barris de óleo equivalente na costa brasileira, em bloco em parceria com a Petrobras.
Analistas da Investec descreveram as previsões de crescimento como “enérgicas”, mas observaram que grandes companhias de petróleo tiveram uma história muito promissora de exploração que acabaram não se concretizando e que a Repsol está fortemente dependente de um país: o Brasil. “Isto parece um pacote coerente, mas acreditamos que estabiliza uma situação perigosa em vez de criar uma proposição atraente capital nesta fase”, disseram eles.
(com agência Reuters)