Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Reforma tributária no Senado propõe separar impostos federais e estaduais

Votação do parecer apresentado nesta quinta deve ocorrer no dia 2; até lá, governo deve apresentar sua proposta de alteração do sistema de tributos do país

Por da Redação
Atualizado em 18 set 2019, 16h26 - Publicado em 18 set 2019, 16h06

O relator da reforma tributária no Senado, Roberto Rocha (PSDB-MA), propôs, no parecer sobre a matéria, que a criação de um tributo Imposto sobre Valor Agregado (IVA) seja divida em duas. Na prática, seriam criados dois novos tributos: um para unificar impostos federais, e outro para substituir o ICMS estadual e o ISS municipal. O relatório foi apresentado nesta quarta-feira, 18, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. Além disso, ele propôs a criação de uma zona de exportação com incentivos fiscais para o Maranhão, seu reduto eleitoral. O texto é um dos quatro que circulam em Brasília e que modificam o sistema de impostos do país.

O IVA brasileiro se chamaria Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), e seria adotado na forma dupla: um com a fusão dos cinco tributos e contribuições federais (IPI, Cofins, PIS, IOF e salário-educação) e outro com a junção do ICMS (estadual) e do ISS (municipal). Na proposta que chegou ao Senado, o IBS incorporava todos esses tributos.

A reforma do Senado cria o Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS) incide no estado de destino e não de origem. O modelo evita as famosas isenções para atrair investimento como ocorre com o ICMS, por exemplo. A alíquota do tributo será definida por lei complementar no futuro. 

No relatório, o senador também dá aval para a criação de um fundo de equalização e de um fundo de desenvolvimento para Estados e municípios. A fonte de recursos para abastecer esses fundos terá de ser definido por lei no futuro.

O relator também adicionou a criação da Zona de Processamento de Exportações do Maranhão (Zema). No parecer, o senador disse que o Porto de Itaqui, em São Luís, capital que fica em uma ilha, é um “local perfeito para uma zona especial de processamento de exportações”. Nesse sistema, os insumos entrariam pelo porto sem o recolhimento de impostos, seriam processados na própria ilha e exportados, também sem a cobrança de impostos.

Segundo o parecer, a zona de exportação duraria no mínimo 30 anos. Uma lei complementar, definiria os critérios para aprovação dos projetos e os incentivos fiscais para as empresas que se instalassem no local. “O porto é o melhor do Brasil e das Américas e absolutamente inexplorado”, justificou o relator em entrevista após a apresentação do relatório. “Isso não é uma coisa do Maranhão, ele está no Maranhão. É uma coisa muito nacional.” Rocha chegou a citar que poderia nomear a estrutura como Zona Franca de São Luís. “Na hora que fala Zona Franca, o mundo se acaba”, acrescentou.

A proposta de reforma tributária do Senado ainda precisa ser votada na CCJ e passar pelo plenário da Casa. A previsão dos integrantes da comissão é que o texto seja votado no colegiado em 2 de outubro, quando Rocha deve apresentar seu voto complementar. Até lá, ela espera que o governo incorpore suas ideias através de emendas – a equipe econômica deve apresentar sua própria proposta nas próximas semanas. “Estamos esperando que nos próximos 15 dias o governos dê sua parcela de contribuição”, disse a presidente do colegiado, Simone Tebet (MDB-MS). Já no plenário não há cronograma, apesar da expectativa de votar o texto em outubro.

Disputa entre Câmara e Senado

Além da proposta de reforma tributária do Senado e a do governo, outras duas circulam em Brasília. Uma delas foi elaborada pelos secretários da Fazenda dos estados. O texto foi apresentado na semana passada ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Continua após a publicidade

Esse reforma deve chegar ao Congresso em forma de emenda à proposta que já tramita atualmente na Casa, de autoria do deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP) e do economista Bernard Appy. O projeto dos estados tem a mesma base da proposta de Appy, com a unificação de cinco impostos – PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS –, que serão substituídos pelo IBS (Imposto sobre Bens e Serviços). As principais diferenças estão relacionadas a quem irá gerir os recursos e também ao tempo de transição para a adaptação dos estados e municípios depois que as mudanças entrarem em vigor.

Para lidar com o imbróglio e decidir qual reforma será aprovada entre as quatro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse na terça-feira que, a estratégia da equipe econômica para encaminhar sua reforma tributária, sem desagradar à Câmara dos Deputados ou ao Senado Federal, deve ser utilizar uma parte de cada uma. “Vamos trabalhar com Câmara e Senado por uma proposta conciliatória”, disse. “Imagino que a discussão vá até o fim do ano, a seis mãos”, acrescentou. Segundo ele, o texto do governo já está pronto.

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.