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Redes japonesas planejam abrir mais de uma loja por mês no Brasil

Varejistas culpam carga tributária por preços médios do Brasil serem superiores a de outros países

Por Éder Fantoni e Fabiana Futema
17 set 2017, 10h04

Lojas japonesas que vendem de tudo um pouco descobriram a fome de consumo do brasileiro. A primeira unidade da rede Miniso, inaugurada no shopping Ibirapuera no fim de agosto, bateu recorde mundial de vendas logo na abertura – faturou 153 mil reais. Os planos da varejista, que comercializa de itens de papelaria a produtos para casa e beleza, é abrir 1.000 lojas no país até o fim de 2019, o que dá uma média de oito inaugurações por semana.

A Daiso Japan, que chegou ao Brasil em 2012, já tem 18 lojas diretas em operação. O plano é inaugurar duas unidades por mês até dezembro. Para 2018, serão mais 12 lojas. Por meio de uma parceria, a Daiso vende seus produtos em mais nove supermercados da rede Hirota, fundada por imigrantes japoneses.

Um dos atrativos desse tipo de comércio é o preço baixo. Na Daiso, os produtos custam de 7,99 reais a 49,90 reais. Na Miniso, a variação é um pouco maior: de 3 reais a 200 reais. Inspiradas nas lojas de conveniência japonesas, essas redes chegam ao Brasil praticando preços mais altos que no país de origem. No Japão, lojas de conveniência vendem quase tudo pelo preço único de 100 ienes – o equivalente a 2,86 reais. A diferença, segundo as lojas, é motivada pela carga tributária.

“Se converter o preço em relação a outros países, aqui no Brasil talvez seja um pouco mais alto porque há muitos impostos. Se considerar em dólar, aqui é um pouquinho mais caro”, afirmou Frank Wei, presidente da Miniso Brasil.

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A Daiso também culpa os impostos e diz que o lucro vem dos grandes volumes comercializados. Reginaldo Paulista, gerente geral da Daiso Japan no Brasil, cita números mundiais de desempenho da rede para exemplificar o que é ganhar em quantidade: vendem uma gravata a cada 15 segundos ou um par de chinelos a cada 2,5 segundos.

Apesar das redes terem origem no Japão, os produtos vendidos aqui não são feitos lá. A maioria vem de outros países da Ásia, como a China.

Crise, que crise?

Segundo Paulista, a crise econômica que assolou o país nos últimos anos ajudou na expansão da rede. “Nossas vendas cresceram muito nos últimos dezembros. Com certeza, muita gente trocou os presentões por presentinhos de 7,99 reais no Natal.”

Para Frank Wei, o momento é oportuno para iniciar as vendas no Brasil. “Sabemos que o país atravessou uma crise e agora está se recuperando. Acho que é uma boa hora para começar negócios aqui.”

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O que chama atenção do empresário é o potencial de consumo do Brasil, que ele considera similar ao da China. “Apesar da população chinesa ser maior, a parcela da população com poder de compra aqui é tão grande quanto lá.”

Para Fabio Pina, economista da Federação do Comércio de São Paulo (FecomercioSP), é preciso ter cautela com a euforia provocada pela entrada de nova redes. “Fazer fila na inauguração não significa longevidade. O brasileiro é muito novidadeiro, gosta de conhecer coisas diferentes, mas não significa que vai comprar.”

Ele menciona modelos que bombaram assim que chegaram ao país, mas depois saíram de moda – casos das paletas mexicanas, frozen yogurt e cupcakes. “Não acho que as redes japonesas estão fadadas ao fracasso, mas tenho dúvidas se todas as inaugurações prometidas vão vingar. Elas têm potencial em regiões com renda elevada e características mais cosmopolitas.”

Daiso, loja japonesa
Loja de maior faturamento da Daiso no Brasil fica na rua Direita, no centro de São Paulo (Leo Martins/VEJASP)
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