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Rede Ricardo Eletro pede recuperação judicial de R$ 4 bi e fecha as lojas

Recuperação judicial avaliada em R$ 4 bilhões forçará empresa a fechar 320 unidades; foco daqui para frente será o e-commerce

Por Felipe Mendes Atualizado em 8 ago 2020, 07h52 - Publicado em 7 ago 2020, 22h41

Conforme informação antecipada por VEJA, a Máquina de Vendas, holding que administra a rede varejista Ricardo Eletro, protocolou um pedido de recuperação judicial nesta sexta-feira, 7, na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Comarca de São Paulo. A empresa estudava essa opção há mais de um mês devido à crise ocasionada pela pandemia de coronavírus. O tamanho do rombo registrado no pedido é de 4,01 bilhões de reais. Funcionários da empresa enfrentavam nas últimas semanas um clima de apreensão. O medo se explica: junto ao pedido de recuperação, a Ricardo Eletro também anunciou o encerramento de toda a sua operação de lojas físicas, o que levará indubitavelmente a um sem-número de desempregados.

Com o pedido, todas as 320 unidades físicas da rede espalhadas por 17 estados estão fechando as portas. Na realidade, 313 já não darão mais expediente. As sete unidades restantes serão desligadas nos próximos dez dias. A ideia é manter os melhores talentos atuando em regime de home office, mas ainda não se sabe quantos funcionários farão parte da empresa no futuro, já que o objetivo daqui para frente é reduzir os custos de sua operação. Neste cenário, cada funcionário concentrará seus argumentos de vendas por meio de canais como o WhatsApp. “Estamos estudando um modelo que vai transformar o nosso vendedor em um parceiro de negócios, de forma que ele ganhe uma comissão maior e que a empresa não tenha mais que arcar com o custo fixo das lojas e dos funcionários. Vamos oferecer essa oportunidade para os melhores vendedores. Eles vão poder ganhar até três vezes mais em relação ao que ganham hoje”, disse uma fonte ligada à varejista.

O foco será o comércio eletrônico, num modelo de marketplace, que, segundo executivos da empresa, é mais rentável. De acordo com Pedro Bianchi, CEO do grupo, a marca já firmou mais de 2.000 parcerias para a nova operação no canal de vendas virtual. Embora tenha visto cerca de 70% de sua receita se corroer nos últimos meses, devido ao fechamento do varejo físico e da lenta recuperação das vendas na retomada do comércio, o consumo do e-commerce tem demonstrado resultados positivos. “Parceiros terão autonomia para negociar preços e condições de pagamento e terão comissões diferenciadas de acordo com o desempenho”, afirmou ele, em vídeo institucional.

O cenário é de tempestade perfeita. A empresa já estava em recuperação extrajudicial, homologada pela Justiça em 2019. Na época, as dívidas eram estimadas em 2,5 bilhões de reais com fornecedores e bancos. O pedido foi feito após receber um aporte de 250 milhões de reais do fundo de private-equity Starboard, que tem o objetivo de reestruturar a firma. Nos bastidores, fala-se que a crise da varejista se aflorou em janeiro, quando a empresa não conseguiu repor seus estoques devido à escassez de produtos provenientes da China. A péssima repercussão da recente apreensão do empresário Ricardo Nunes, fundador da rede, não será o único problema a ser administrado pela companhia num futuro próximo. Na lista dos maiores credores estão empresas como Itaú, Bradesco, Santander e Whirlpool (dona das marcas Brastemp e Consul).

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