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Recuperação histórica do emprego surpreende até o otimista Paulo Guedes

O país obteve saldo positivo em 394.989 entre contratações e demissões no mercado formal de trabalho em outubro, melhor resultado desde 1992

Por Victor Irajá, Larissa Quintino Atualizado em 26 nov 2020, 13h59 - Publicado em 26 nov 2020, 12h04

Os números que refletem a recuperação econômica do país, passado o momento mais agudo da pandemia de Covid-19, começam, finalmente, a aparecer com maior frequência. Nesta quinta-feira, 26, o Ministério da Economia divulgou os dados referentes ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Caged, presenteando os brasileiros com uma notícia alvissareira: o país obteve saldo positivo em 394.989 entre contratações e demissões no mercado formal de trabalho. Os números são, evidentemente, impulsionados pela recuperação passado o pico de infecções e mortes pela doença no país, mas o resultado é o melhor para o mês desde 1992, no início da série histórica da pesquisa. O saldo anual ainda é negativo, em 171.139 empregos, mas o país teve mais contratações do que demissões pelo quarto mês seguido. 

Se o país seguir criando vagas, até mesmo o ministro da Economia, Paulo Guedes, um otimista em relação à capacidade de retomada do país, será surpreendido. Na quarta-feira, 25, o ministro calculou uma perda aproximada de 300 mil vagas formais de trabalho em 2020. “Tivemos Caged positivo nos últimos meses e amanhã tem mais. É possível que a gente termine o ano perdendo 200 mil ou 300 mil empregos. Isso é um quarto do que foi perdido na recessão de 2015 e na recessão de 2016”, previu em um encontro com investidores promovido pelo Grupo Voto, que contou com a participação do presidente Jair Bolsonaro. Porém, ao apresentar os dados de emprego de outubro, o ministro melhorou sua previsão. Segundo ele, é possível e provável que o país termine o ano com um saldo zerado de empregos: ou seja, sem fechar vagas formais. “Tivemos resiliência, fizemos o distanciamento social e podemos terminar o ano tendo perdido zero empregos no mercado formal. É algo extraordinário”.

A estimativa do ministro leva em consideração a retomada das vagas desde o “fundo do poço”, como o próprio classifica a parte mais aguda da pandemia. Em abril, o país amargou a perda de 942 mil de postos de trabalho, diante da paralisação dos negócios pelas corretas medidas de isolamento social adotadas por governadores e prefeitos para desacelerar o avanço da doença. Em maio, o mercado de trabalho assistiu à ceifa de 331.901 vagas. Foram os dois meses de maior desafio. Depois, houve recuperação e, mês a mês, as vagas formais têm se multiplicado.

A partir de julho, o país começou a criar vagas formais de trabalho. Naquele mês, foram abertas 1.137.556 vagas formais de emprego, enquanto 998.364 pessoas amargaram demissões — um saldo positivo, portanto, em 139.192 vagas. Os dados de agosto mostram que o mercado formal criou 243.235 novos postos de trabalho, resultado de 1.274.923 admissões e 990.090 desligamentos. Em setembro, foram 311.592  vagas criadas, também o melhor índice desde o início da série histórica. 

De acordo com o secretário do Trabalho, Bruno Dalcomo, o ritmo de outubro demonstra a retomada do mercado de trabalho ao nível pré-pandemia. Chama atenção o dado de admissões: 1,5 milhão em outubro, mesmo patamar de fevereiro, mês pré-pandemia no país. As contratações deste mês foram puxadas por serviços e comércio, que têm movimento naturalmente maior no fim do ano devido as festas de fim do ano. Naturalmente, o mês de outubro é marcado por aumento de contratações temporárias, assim como dezembro é marcado por demissões, como lembra o professor da USP e pesquisador da Fipe, Hélio Zylberstajn. “É normal que haja um fechamento grande de vagas em dezembro, o que acontece todo ano, um movimento sazonal. Mas, esses dados de emprego mostram uma retomada grande da economia em todos os setores. A demanda voltou, o consumo também e os empregos estão crescendo. O aumento de contratações é muito relevante, porque contração é a ultima coisa que acontece. Ela é feita quando tem certeza que a demanda é forte”.

Por mais que um possível fechamento de vagas no fim do ano possa não concretizar a nova previsão de Guedes de zerar o saldo de empregos no ano, os dados da retomada são realmente animadores. “A notícia é extraordinária, que acho que é difícil melhorar. É o melhor mês da história. Nunca o Brasil criou tantos empregos no mês”, classificou um animado Guedes. Até o ministro que vem repetindo que o Brasil vai surpreender o mundo surpreendeu-se — o que é um ótimo sinal.

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