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Rebaixamento da França não compromete rating de fundo europeu

Nota menor, no entanto, terá reflexo no mercado de títulos. O Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) pode enfrentar juros maiores

Por Beatriz Ferrari
13 jan 2012, 18h12

O FEEF é baseado em um sistema que permite que outros países triplo A, como Alemanha e Holanda, ofereçam mais garantias para compensar a perda do rating da França

O rebaixamento da nota da França pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s não causará necessariamente, como temiam alguns analistas, o rebaixamento automático do rating triplo A do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), que é o mecanismo de estabilização financeira da união monetária. O possível corte da nota da Áustria, ainda não oficializado, também não terá efeito imediato. A explicação para essa relativa tranquilidade é que o fundo é baseado em um sistema que permite que outros países triplo A, como Alemanha e Holanda, ofereçam mais garantias para compensar essa perda. No entanto, o FEEF deve enfrentar juros maiores quando emitir seus títulos.

O status triplo A do FEEF tem como base as garantias de todos os países também triplo A. “O montante total de garantias oferecidas por todos os países da zona do euro é de 780 bilhões de euros. A capacidade efetiva de empréstimos do FEEF é de 440 bilhões de euros. Isso é explicado pelas garantias de 165% que asseguram esse rating triplo A do fundo”, explica o CitiBank em um relatório enviado aos clientes.

O problema é que, caso os custos de financiamento da França, que responde por 21% das garantias do fundo, subam muito em função do rebaixamento, os outros países triplo A terão de aumentar ainda mais suas garantias para evitar a perda do rating do FEEF. “O fundo provavelmente pagará juros maiores quando emitir títulos, mesmo sendo triplo A”, diz Guilherme Maia, analista de mercados internacionais da gestora de recursos M.Safra.

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Os efeitos do rebaixamento deverão se ampliar no mercado de títulos, sobretudo se houver redução das notas de países que já estão com problemas, como Espanha, Portugal e Itália. Desde a manhã desta sexta-feira, a imprensa europeia noticia que o rebaixamento dos três países também é iminente. A agência EFE informou durante a tarde que o rebaixamento espanhol já era um fato, citando fontes do governo do país. Já o diário francês Les Echos informou, de acordo com fontes, que a S&P reduziria a nota de Portugal de BBB- para BB, classificação que leva o nome de junk (lixo, em inglês). Se esse cenário se confirmar, o fundo terá de repassar custos maiores de financiamento para países como Irlanda e Portugal, dificultando ainda mais seus planos de redução de déficit.

Em dezembro, a S&P divulgou um comunicado afirmando que poderia rebaixar a nota do FEEF em um ou dois níveis. O corte dependeria dos resultados de sua revisão das notas de países europeus, que será divulgada ainda nesta sexta. A S&P afirmou que classificação do fundo deverá ser a mesma do país que receber a menor nota, entre as seis nações que garantem o fundo (Alemanha, Finlândia, Holanda, França, Luxemburgo e Áustria). Ainda segundo a agência, o rebaixamento só não ocorrerá se os governos criarem mais medidas para fortalecer o FEEF.

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