Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Real é moeda que mais perdeu valor em 2012 (e disparado)

Atuação do governo ajuda a explicar o desempenho da moeda brasileira

Por Gustavo Kahil
7 ago 2012, 19h49

logo da Exame.com
logo da Exame.com (VEJA)

A crise econômica tem tido um efeito parecido sobre as moedas de vários países emergentes. Com a fuga do risco, os investidores têm saído desses mercados e procurado ativos mais seguros, como o dólar. O resultado é a desvalorização em relação à moeda americana. No Brasil, contudo, esse fenômeno foi exacerbado pela atuação do governo no câmbio.

“O real é a moeda que mais perdeu frente ao dólar em 2012. E disparado. Enquanto muitas das moedas emergentes perderam fôlego frente à moeda norte-americana por conta da aversão ao risco global, o real segue se depreciando na marcha forçada do governo rumo à blindagem falha da economia”, explica o economista-chefe da Gradual Corretora, André Perfeito.

Continua após a publicidade

De acordo com os cálculos do economista, o real acumula no ano uma desvalorização de 8,08% em relação ao dólar. É um resultado bastante diferente do México, outro país emergente, cujo peso se apreciou 5,93% na comparação com a moeda americana. Para Perfeito, o governo pode ter ido longe demais nas medidas para desvalorizar o real com o objetivo de ajudar a indústria do país.

variação cambial no acumulado de 2012
variação cambial no acumulado de 2012 (VEJA)

“Quando o governo desvaloriza a moeda local ele emite um sinal sutil, mas poderoso, de que é melhor ficar ‘vendido’ em Brasil e comprado em outras moedas. Quem fez dívida em dólar porque acreditava que o real continuaria forte por conta do crescimento econômico perdeu dinheiro”, ressalta o economista. Ele afirma ainda que a manipulação tem um “efeito irrisório” sobre o PIB (Produto Interno Bruto).

Continua após a publicidade

“Não adianta forçar a barra do setor externo, a conclusão óbvia é que estamos sós e teremos que criar as condições objetivas para podermos crescer – e isto não passa pela manipulação da taxa de câmbio somente”, pontua. Segundo Perfeito, é difícil manter o otimismo de uma economia quando sua moeda, que é seu representante por excelência, fica fraca.

Por nossa culpa – Uma análise conduzida recentemente pela equipe do banco Citi também concluiu que a desvalorização do real ante o dólar foi exacerbada por fatores locais, além da crise financeira internacional. “A desvalorização do real foi (…) bem agressiva se comparada com a registrada por outras moedas latino-americanas. Isso nos levou a criar uma metodologia simples para determinar se os fatores por trás da oscilação da moeda no curto prazo são na realidade mundiais ou locais”, destacam os analistas Joaquin A. Cottani e Camilo Gonzalez.

“Os resultados do nosso exercício sugerem que quando se trata de movimentos de curto prazo das moedas de mercados emergentes, os fatores globais são altamente fundamentais (…). Entretanto, fatores locais e idiossincrasias podem superar as tendências globais se mantidos por um período relativamente longo. No caso do real e da lira (Turquia), uma mudança estrutural na política é o provável culpado pelo desempenho inferior na comparação com as outras moedas de países emergentes”, afirmam.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.