Real ainda está 5,1% subvalorizado, mostra ‘Índice Big Mac’

Mesmo após altas recentes, moeda brasileira segue 'barata', de acordo com o indicador que compara o preço do popular sanduíche em todo o mundo

Por Da redação
22 jul 2016, 18h03

O lanche 'Big Mac', da rede fast-food McDonald's — No comparativo internacional do preço do famoso sanduíche da rede McDonald's, 1 dólar deveria valer hoje 3,08 reais, segundo o indicador (McDonald's/Divulgação)

Apesar da alta de quase 18% acumulada neste ano, o real ainda está subvalorizado em 5,1%, mostra o popular “Índice Big Mac”, calculado semestralmente pela revista britânica The Economist. Na edição anterior do indicador, divulgada em janeiro, essa subvalorização era de 32%.

O preço do tradicional sanduíche no Brasil é de 15,50 reais (4,78 dólares), e a taxa de câmbio de mercado usada na pesquisa é de 3,24 reais. Entretanto, o índice Big Mac indica que a taxa de câmbio, com base no custo do sanduíche, deveria ser de 3,08 reais.

Das 48 moedas acompanhadas pela revista, a mais frágil é a grívnia ucraniana (-68,8%), seguida do ringgit malaio (-60,6%), o rublo russo (-59,3%), o rand sul-africano (-58,3%) e o novo dólar taiwanês (-57,3%). Apenas três estão sobrevalorizadas em relação ao dólar: o franco suíço (30,8%), a coroa norueguesa (9,3%) e a coroa sueca (3,7%).

Para tentar colocar outros aspectos na conta, a Economist também calcula um “índice Big Mac ajustado”, que analisa se uma moeda está sobrevalorizada ou subvalorizada comparada com o que se esperaria dado o nível de desenvolvimento de um país, tomado pelo PIB per capita.

Nesse caso, o real aparece com sobrevalorização de 54,2%, a maior do mundo. Nessa conta, o real está sobrevalorizado desde 2010 (quando o índice ajustado começou a ser calculado), e sempre entre os primeiros do ranking. Em janeiro deste ano, quando o câmbio de mercado estava em 4,02 reais, a moeda brasileira atingiu seu menor nível de sobrevalorização (7,1%).

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Como funciona o índice – O índice Big Mac tradicional, criado em 1986, é baseado na ideia da paridade do poder de compra, que diz que as taxas de câmbio deveriam se mover em direção a um nível que tornaria igual o preço de uma cesta de produtos em diferentes países. Nesse caso, se o custo local do sanduíche da rede McDonald’s é superior ao preço dos EUA, atualmente de 5,04 dólares, a moeda está sobrevalorizada, ou cara. Se o preço local é inferior a esse nível, a moeda está subvalorizada, ou barata.

A Economist lembra que, para moedas emergentes, estar subvalorizada no índice Big Mac não é necessariamente sinal de que a taxa de câmbio deve subir em breve. Isso porque o custo do hambúrguer depende parcialmente de itens não comercializáveis, como aluguéis e salários, que tendem a ser menores em países mais pobres.

(Com Estadão Conteúdo)