Rachado, parlamento grego vota hoje proposta dos credores
Para conseguir aprovar parte do pacote de austeridade, Tsipras precisará contar com o apoio da oposição, já que enfrenta resistência de nomes fortes do seu próprio partido
Por Da Redação
15 jul 2015, 10h32
Mesmo com o acordo histórico firmado entre o governo grego e os seus credores na última segunda-feira, a crise na Grécia está longe de chegar ao fim. Nesta quarta-feira, o parlamento do país colocará em votação parte do pacote de reformas exigido pelos países da zona do euro para liberar um auxílio financeiro de até 86 bilhões de euros. Se o aprovarem, o acordo continua em pé, faltando apenas o aval do Legislativo das outras nações envolvidas nas negociações para entrar em vigor. Se o recusarem, os últimos entendimentos vão por água abaixo e a permanência do país na zona do euro será colocada em xeque.
Apesar dos esforços nos últimos dias do primeiro-ministro, Alexis Tsipras, em obter o apoio das bancadas, a aprovação do plano não será uma tarefa fácil. Isso porque o pacote, que inclui reformas no sistema previdenciário, privatizações e aumento de impostos, foi considerado um dos mais duros impostos pelos credores à Grécia, que rechaçou em referendo do último dia 5 mais medidas de austeridade. A expectativa é que o plano seja aprovado em votação apertada com o apoio da oposição, uma vez que membros do partido governista, Syriza, e do aliado, Gregos Independentes, já se manifestaram contrários às propostas.
A presidente do parlamento grego, Zoe Constantopoulou, por exemplo, já pediu aos seus colegas para rejeitarem o plano. “Este Parlamento não pode aceitar a chantagem dos credores. Com total conhecimento de como as circunstâncias são cruciais, é dever do Parlamento não deixar que essa chantagem se materialize”, disse Zoe, que é uma das integrantes mais proeminentes do Syriza, destacando que falava em sua condição de parlamentar.
A vice-ministro de Finanças Nadia Valani renunciou ao posto nesta terça-feira por considerar ser “impossível” continuar sendo integrante do governo após o premiê aceitar as medidas de austeridade.
O próprio Alexis Tsipras afirmou nesta terça-feira, em entrevista concedida ao canal de televisão estatal ERT, que o acordo firmado por ele com os credores é “ruim” e que só o fez para “evitar um desastre para o país”. “Eu acredito que esse plano não está correto. Nós chegamos a um ponto onde não podíamos ir mais adiante”. Na entrevista, Tsipras ainda afirmou que não se pode descartar a exclusão da Grécia do bloco de moeda única sem que o novo pacote seja assinado.
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Desde o dia 29 de junho, os bancos estão fechados e os saques limitados a 60 euros por dia no país por falta de recursos. A medida drástica foi adotada para evitar que, na iminência da crise, o povo retirasse o dinheiro das contas e o sistema bancário entrasse em colapso. Tsipras já afirmou que a abertura dos bancos depende de quando o acordo for formalizado com os credores.
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