O governo da província argentina de Chubut (sul) tornou pública nesta terça-feira a convocação das empresas interessadas em se associar à estatal Petrominera S.E. para explorar em conjunto duas áreas que tiveram a concessão retirada da operadora Repsol YPF.
A medida, publicada no Diário Oficial, envolve as áreas “El Trebol-Escalante” e “Cañadón Perdido, Campamento Central-Bella Vista Este”, tiradas da Repsol YPF no dia 14 de março passado.
A abertura do processo de licitação foi efetuada, apesar de a Repsol contar com um prazo de 90 dias para argumentar sobre a perda da concessão.
A Repsol-YPF, a maior empresa da Argentina controlada por acionistas espanhóis, perdeu nas últimas semanas 13 áreas de exploração de hidrocarbonetos nas províncias de Mendoza (oeste), Santa Cruz (sul), Chubut (sul), Salta (norte), Río Negro (sul) e Neuquén (sudoeste).
As autoridades baseiam a decisão no não cumprimento dos investimentos pactuadas nos contratos.
Como parte disto, está em Buenos Aires o presidente da Repsol YPF, Antonio Brufau, aguardando uma resposta a seu pedido de audiência.
Versões da imprensa local assinalam que o governo da presidenta Cristina Kirchner pretende estabelecer algum tipo de intervenção estatal na companhia privatizada nos anos 90.
A retirada de concessões em diferentes áreas também envolveu a brasileira Petrobras, cujas autoridades se reuniram nesta terça-feira com o ministro do Planejamento, Julio de Vido, e estabeleceram um plano de investimentos.
O governo argentino acordou com a estatal brasileira Petrobras o desenvolvimento de projetos de investimentos, depois de ter sido retirada da petroleira a concessão de uma área de exploração no sudoeste do país, informou nesta terça-feira o Ministério do Planejamento.
“O ministro (do Planejamento, Julio De Vido) e as autoridades da Petrobras Argentina concordaram em trabalhar no desenvolvimento de projetos de investimento”, anunciou um comunicado do governo, mas a Petrobras ainda não se pronunciou sobre a declaração.
A Argentina enfrentou em 2011 importações na área de 9 bilhões de dólares devido à queda da produção, situada em 796.000 barris diários, quase sem mudanças em relação a 2009 e 2010.