Produção industrial sobe em março, mas cai 0,5% no 1º tri
Ao subir 0,7% no terceiro mês do ano, o indicador acumulou queda de 2% em 12 meses. No trimestre, 17 dos 27 setores avaliados tiveram recuo da produção
Após registrar em fevereiro a maior queda mensal desde dezembro de 2008, a produção industrial brasileira deu sinais de recuperação em março. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta sexta-feira mostram que o indicador cresceu 0,7% em março ante fevereiro, quando o recuo mensal foi de 2,4% (número já revisado). Em relação ao mesmo período de 2012, contudo, a produção industrial caiu 3,3% – trata-se do segundo resultado negativo do ano nessa base de comparação. Os dados são da série com ajustes sazonais.
A produção industrial fechou o primeiro trimestre do ano em queda de 0,5% ante o mesmo período do ano passado – e com alta de 0,8% na comparação com os três meses anteriores. De acordo com o IBGE, 17 dos 27 setores de atividade avaliados na pesquisa registraram queda na produção no período. Em 12 meses, a produção caiu 2%, mesmo número de janeiro e próximo ao de fevereiro (-1,9%).
Analistas ouvidos pela agência Reuters esperavam que a produção industrial reagisse melhor no terceiro mês, registrando alta de 1,3% ante fevereiro. Na comparação anual, a expectativa era de recuo menor, de 2,1% na mediana de 25 projeções.
Os principais impactos negativos do trimestre foram em edição, impressão e reprodução de gravações (-10,2%), metalurgia básica (-6,9%), farmacêutica (-9,0%), alimentos (-3,1%), indústrias extrativas (-4,9%), produtos têxteis (-7,1%), máquinas e equipamentos (-2,0%) e fumo (-23,3%).
Por outro lado, entre as dez atividades que ampliaram a produção, a de veículos automotores (12,7%) exerceu a maior influência positiva na formação da média da indústria. Outras contribuições positivas relevantes vieram dos setores de refino de petróleo e produção de álcool (7,2%) e de outros equipamentos de transporte (6,2%).
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Para abril, o instituto de pesquisa inglês Markit Economics prevê uma expansão da indústria em ritmo mais lento dos últimos seis meses. A afirmação se baseia nos resultados do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), que desacelerou de 51,8 pontos em março para 50,8 pontos no mês passado. Essa foi a pior expansão desde outubro do ano passado, quando o PMI foi de 50,2 pontos. Uma leitura acima de 50 pontos indica crescimento, enquanto um número abaixo indica contração. De acordo com o índice, a indústria brasileira cresceu pela oitava vez seguida, mas está em desaceleração desde fevereiro.
Nesta semana, os economistas consultados pelo Banco Central para o relatório Focus voltaram a reduzir sua expectativa para a produção industrial do Brasil em 2013, passando-a de 2,86% para 2,83%. Há quatro semanas a expectativa era de 3,12% de alta. Para 2014 eles esperam expansão de 3,75%.
(com agência Reuters)