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Produção industrial cresce em novembro, mas não reverte perdas

Por Da Redação
5 jan 2012, 12h53

RIO DE JANEIRO, 5 Jan (Reuters) – A produção industrial brasileira aumentou 0,3 por cento em novembro ante outubro, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. Foi a primeira variação positiva após três meses de queda.

“Esse resultado depois de 3 meses negativos não reverte as perdas acumuladas, que somam 2,6 por cento”, alertou o economista do IBGE, André Macedo, ao lembrar que em agosto a queda foi de 0,1 por cento; em setembro, de 1,9 por cento; e em outubro de 2011 a retração foi de 0,7 por cento em relação ao mês anterior. “Mesmo com esse ganho na margem o ritmo da atividade industrial é bastante moderado”, acrescentou o economista.

Para o economista André Perfeito, da Gradual Investimentos, o resultado da produção industrial de novembro “coloca em cheque as projeções de PIB tanto do Ministério da Fazenda como do Banco Central”. Ele chama a atenção para o fato de que a média móvel trimestral da série dessazonalizada aponta para uma queda de 0,76 por cento.

Na comparação com novembro de 2010, a produção caiu 2,5 por cento, pior desempenho desde outubro de 2009, ano que a indústria sentiu fortes impactos da crise do subprime nos Estados Unidos.

Economistas consultados pela Reuters esperavam alta de 0,40 por cento na comparação mensal e queda de 2,50 por cento na comparação anual, segundo a mediana das projeções.

O dado de outubro ante setembro foi revisado e mostra uma queda maior, de 0,7 por cento, ante 0,6 por cento na leitura anterior.

“Embora a indústria brasileira finalmente retornou ao crescimento em novembro, duvidamos que o aumento marcará o início de uma alta sustentada na atividade industrial”, disseram economistas da Capital Economics, em Londres. “Em vez disso, a perspectiva relativamente fraca para a economia sugere que o setor vai lutar para registrar alguma expansão significativa neste ano”, acrescentaram.

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SETORES INDUSTRIAIS

A expansão entre outubro e novembro foi quase generalizada e só não foi acompanhada pelo segmento de bens duráveis, cuja produção caiu 0,6 por cento. Nos demais setores, porém, o crescimento não compensou as perdas dos meses anteriores.

O setor de bens intermediários, que tem o maior peso na pesquisa, avançou 0,5 por cento entre outubro e novembro, mas ao longo de 5 meses acumulou queda de 2,6 por cento na produção. Já o setor de bens de capital, considerado um termômetro do investimento, teve aumento de produção de 1,6 por cento de outubro para novembro, mas somou perdas de 8,4 por cento no acumulado de setembro e outubro.

Outro sinal do ritmo lento da produção industrial foi a queda de 2,5 por cento na comparação entre os meses de novembro de 2011 e novembro de 2010. A queda nessa comparação foi generalizada. A produção de bens duráveis caiu 11,5 por cento, pior desempenho do setor desde junho de 2009. A de bens de capital diminuiu 2,9 por cento, maior retração desde outubro de 2009.

O índice de difusão, que mede o percentual de atividades industriais com expansão na produção, ficou em novembro em 44,8 por cento, o segundo pior da série, à frente apenas de 2008, quando o setor começou a sofrer o impacto da crise global.

“O crescimento da industria em geral e dos segmentos, após meses de queda, tem a ver com essa base de comparação mais baixa, redução nas importações, níveis de estoques mais baixos (embora ainda elevados) e com a proximidade das festas de fim de ano em menor escala”, declarou Macedo, do IBGE. “Ela (a crise global) veio a contribuir para um cenário que não era favorável”, afirmou.

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RAMOS DE ATIVIDADE

De acordo com o IBGE, 18 ramos de atividade tiveram crescimento da produção em novembro, com destaque para Máquinas e equipamentos, que registrou expansão de 4 por cento e recuperou parte da perda de 9,3 por cento nos dois meses anteriores.

Entre as nove atividades que reduziram a produção, destacou-se o Refino de petróleo e produção de álcool, que apresentou queda de 5,3 por cento e eliminou parte da expansão de 7,1 por cento dos quatro meses anteriores.

“Em novembro, a indústria automobilística ainda não havia apresentado uma retomada mais forte da produção, apesar da recuperação das vendas (o processo de ajuste de estoques ainda estava em curso)”, disseram economistas da Rosenberg Consultores Associados, em um comunicado. No entanto, em dezembro a produção de veículos em dezembro caiu 4,6 por cento sobre novembro e recuou 1 por cento na comparação anual, segundo informou nesta quinta-feira a Anfavea, associação de montadoras.

(Por Rodrigo Viga Gaier; Edição de Hélio Barboza))

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