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Produção industrial cai 0,7% em agosto, terceiro mês seguido de recuo

Resultado do setor é influenciado por inflação e falta de suprimentos; na comparação com agosto passado, o recuo também foi de 0,7%

Por Larissa Quintino Atualizado em 5 out 2021, 09h42 - Publicado em 5 out 2021, 09h13

A produção da indústria brasileira recuou 0,7% na passagem de julho para agosto, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta terça-feira, 5. O resultado marca o terceiro recuo mensal seguido, com perda de 2,3% no período. Na comparação com fevereiro de 2020, o período pré-pandemia, a produção está em um patamar 2,9% menor. A queda na indústria está relacionada a um desarranjo na cadeia produtiva, que conta com fatores como inflação e crise global de suprimentos.

Na comparação com agosto do ano passado, a indústria recuou 0,7%, o primeiro recuo interanual registrado em onze meses. “À medida que os meses avançam, a base de comparação vai aumentando. E, combinada a isso, há uma produção no ano de 2021 em um ritmo menor, mostrando menor intensidade”, afirma o gerente da Pesquisa Industrial Mensal, André Macedo.

A queda do mês foi disseminada por três das quatro grandes categorias econômicas e por 15 dos 26 ramos pesquisados. Segundo Macedo, o resultado da indústria também é afetado pela demanda doméstica. O índice de desemprego, apesar de estar em declínio, continua alto, e as vagas geradas estão pagando salários baixos.

“Há um contingente importante de trabalhadores fora do mercado de trabalho e os postos que são gerados têm salários menores, ou seja, há uma precarização das condições de emprego. Também há retração da massa de rendimento e uma renda disponível menor para as famílias, por conta da inflação mais alta. Esses fatores afetam as condições de compra por parte das famílias”, afirma.

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Desempenho

A queda de agosto foi puxada, principalmente, por outros produtos químicos (-6,4%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,6%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,1%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,3%). “O setor de outros produtos químicos já vinha com queda nos dois meses anteriores, ligada a paralisações em unidades produtivas. Já no setor de derivados de petróleo, houve crescimento nos três meses anteriores, muito relacionado à flexibilização das restrições sanitárias, que permitiu que as pessoas tivessem maior mobilidade. Então a queda dessa atividade em agosto representa mais uma acomodação, algo pontual, do que uma reversão de tendência do comportamento positivo”, analisa.

Outras atividades que impactaram negativamente o índice geral foram equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-4,2%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-2,0%), produtos de borracha e de material plástico (-1,1%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-1,6%) e celulose, papel e produtos de papel (-0,8%).

Já entre as que tiveram crescimento na produção, destacaram-se produtos alimentícios (2,1%), bebidas (7,6%) e indústrias extrativas (1,3%). “Essas três atividades tiveram um comportamento predominantemente negativo nos meses anteriores. O resultado positivo no mês de agosto é mais um grau de recomposição dessas perdas anteriores do que uma trajetória positiva que esses segmentos industriais venham a ter”, afirma Macedo. Metalurgia (1,1%), produtos de madeira (3,0%) e produtos têxteis (2,1%) também cresceram em agosto.

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