Prévia da inflação registra alta de 2,06% no 1º trimestre
IPCA-15 desacelerou em março ante fevereiro, mas indicador acumula alta de 6,43% em 12 meses
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), indicador considerado uma prévia da inflação oficial do país e divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta desaceleração na alta dos preços entre fevereiro e março. O índice, porém, também demonstra que a inflação aproxima-se perigosamente do teto da meta estipulada pelo governo. O IPCA-15 registrou alta de 0,49% em março, ante 0,68% registrados em fevereiro. Contudo, ficou bem acima do índice de 0,25% registrado em março de 2012.
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No acumulado de janeiro a março, o indicador aponta inflação de 2,06% – bem acima dos 1,44% registrados no primeiro trimestre do ano passado. Assim, o IPCA-15 avança 6,43% em 12 meses, e encosta no teto da meta do Banco Central (BC), de 6,5%. O centro da meta estabelecida para inflação no país é de 4,5%. Em fevereiro, o IPCA do mês cheio já havia chegado próximo ao teto, ao acumular 6,31% em 12 meses.
O sinal vermelho está aceso não apenas no BC, mas também no Ministério da Fazenda, que já tomou medidas como a desoneração da cesta básica. Economistas já haviam alertado que a queda de preços nos produtos básicos ainda não chegou ao bolso do consumidor. Aumenta a expectativa, portanto, de que o BC possa elevar a taxa básica de juros (Selic) para combater a alta exponencial de preços. A Selic hoje se encontra em seu menor patamar, em 7,25%.
Em sua ata da última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom), piorou suas projeções para os preços ao consumidor tanto para este ano quanto para 2014. “Para 2014, a projeção de inflação aumentou em relação ao valor considerado na reunião do Copom de janeiro e se encontra acima da central da meta, em ambos os cenários”, diz o Copom em relatório. Os analistas voltam agora suas atenções para a próxima reunião do Copom, em abril.
Esta semana, os economistas ouvidos pelo BC para o relatório Focus também apostam que a inflação deve reagir a novas medidas monetárias e abaixaram suas previsões para o acumulado do ano. Depois de ter elevado suas projeções para o IPCA para 5,82% em 2013, agora eles diminuíram para 5,73%. Para 2014, a expectativa subiu de 5,5% para 5,54%.
Contudo, analistas avaliam que um aumento dos juros pode implicar em queda do consumo e, consequentemente, em diminuição da atividade econômica. O IBC-Br, índice considerado prévio do Produto Interno Bruto (PIB) do país, subiu 0,70% nos 12 meses terminados em janeiro, de acordo com dados dessazonalizados. No indicador de janeiro a dezembro do ano passado, a alta havia sido de 1,35%, já considerada baixa por analistas e confirmando a fraca atividade da economia. O dado do IBGE mostrou que o PIB brasileiro só subiu 0,9% em 2012 – o pior desempenho em três anos.
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Segundo o IBGE, o principal destaque foi o grupo Educação, cuja taxa atingiu 0,50% em março, após avanço mensal de 5,49% em fevereiro, devido a efeitos sazonais. O grupo Despesas pessoais também colaborou para o resultado do IPCA-15, uma vez que desacelerou a alta a 0,51% em março, após 1,15% em fevereiro, em meio à perda de força da alta dos preços dos cigarros (de 5,70 a 0,03% no período).
Outros quatro grupos também mostraram desaceleração da alta dos preços em março, como Alimentação e bebidas registrando 1,40%, ante 1,74% no mês anterior. Apesar do resultado, segundo o IBGE, esse grupo ainda continua pesando bastante, sendo responsável por 69% do IPCA-15 deste mês. O grupo Transportes também mostrou desaceleração da alta a 0,32% em março, ante 0,46%.
(com agência Reuters)