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Pressão da inflação para o ano que vem já preocupa o mercado

Fenômeno é global, mas alta dos preços no Brasil conta com componentes internos, como a crise hídrica e a instabilidade política

Por Luana Meneghetti
Atualizado em 20 set 2021, 17h02 - Publicado em 20 set 2021, 15h51

A alta dos preços tem pressionado o orçamento das famílias e levou a aumentos na taxa básica de juros. Agora, analistas do mercado financeiro já estão atentos a comportamento mais preocupante da inflação para o próximo ano. No Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, 20, o mercado projeta o IPCA, índice oficial de inflação do país, a 4,10%. A estimativa é superior a meta definida para o ano que vem, em 3,5%, e maior que os 3,93% previstos há um mês atrás.

“A ideia de que a inflação era temporária devido aos efeitos da pandemia e que ia ser normalizar com o tempo, isso a gente pode esquecer. Já convivemos com uma inflação expressiva há algum tempo e que deve persistir nos próximos meses”, diz Samuel Cunha, economista da H3 Invest.

No último ano, em decorrência dos efeitos gerados pela pandemia da Covid-19, a alta dos preços virou uma preocupação global, atingindo até mesmo as economias mais desenvolvidas, como os Estados Unidos. Aqui, a pressão é grande. O Brasil já é o terceiro país com a maior inflação da América Latina, ficando atrás apenas de Argentina e Haiti. Nos últimos dozes meses até agosto, o IPCA chegou a 9,68%. A previsão do mercado é que, até o fim do ano,  o índice fique em 8,35%.

Se os choques de oferta e demanda ocasionados pela pandemia pressionaram a inflação em nível global, no Brasil, o problema parece estar longe de ser solucionado. Segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), a crise hídrica e a volatilidade nos mercados causada pelas crises políticas têm impactado diretamente na alta do dólar, que passou a encarecer os produtos importados, como os combustíveis.

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“Os setores de energia, combustíveis e o alimentício de carne são responsáveis por mais da metade da inflação nos últimos dozes meses. Se tirássemos esses três itens da cesta, a inflação giraria em torno de 4,5%”, avalia Cunha. O economista diz que é preciso redobrar a atenção com a crise hídrica, uma vez que a energia tem peso direto e indireto no preço desses outros componentes. 

Para conter a inflação, alguns países aumentaram a taxa de juros. Dentro dos países do G20, Turquia e Brasil foram os que mais aumentaram os juros no último ano. Nesta quarta-feira, 22, o Copom se reúne para decidir sobre o novo patamar da Selic. A expectativa do mercado é de elevação em 1 ponto percentual, de 5,25% pra 6,25%, encerrando o ano em 8,25%.

IOF

Para além do efeito global e dos impactos no Brasil, a inflação deve ter um novo fator de pressão: o aumento da alíquota do IOF, decretado pelo presidente Jair Bolsonaro como forma de bancar o novo Bolsa Família. De acordo com um levantamento do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal (Corecon-DF), o aumento do IOF, que entrou em vigor nesta segunda, pode elevar em até 0,2% a inflação do ano, devido ao aumento de custo para as empresas tomadoras de crédito que podem repassar esse aumento para os preços.

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