Presidente francês nega desavença com Angela Merkel
François Hollande negou ter colocado a cooperação com a chanceler em compasso de espera até as eleições gerais na Alemanha, em setembro
O presidente da França, François Hollande, negou que tenha colocado a cooperação com a chanceler alemã Angela Merkel em compasso de espera até as eleições gerais na Alemanha, marcadas para setembro. “Esta (ideia) está errada. Esta não é a minha opinião”, disse Hollande, durante conversa com o ministro de Relações Exteriores de Luxemburgo, Jean Asselborn, no palácio presidencial do Eliseu, na sexta-feira. “Não há qualquer animosidade pessoal entre mim e Merkel”, afirmou o presidente, segundo a revista alemã Der Spiegel.
Nas últimas semanas surgiram crescentes sinais de ruptura entre as duas potências europeias sobre como resolver a crise da dívida. Enquanto Merkel tem sido uma firme defensora de duras políticas de austeridade, Paris se tornou forte defensor de mais gastos governamentais para reavivar a economia na França e em outras partes da Europa.
O presidente francês está também sob crescente pressão de seu partido, o Socialista, para que resista ao programa de austeridade de Merkel para a Europa. Na semana passada, a imprensa francesa publicou o rascunho de um documento que descrevia Merkel como “egoísta” e a chamava de “chanceler da austeridade”.
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Na sexta-feira, a Comissão Europeia concedeu a países com problemas como França e Espanha mais tempo para cumprir as metas de déficit da UE. A medida atraiu fortes críticas de líderes do Partido Democrata Cristão, de Merkel, no final de semana. “Trata-se do sinal errado”, disse Michael Stuebgen, que trata de assuntos europeus pelo partido Democrata Cristão no Parlamento. “Não vejo a França avançando em qualquer reforma”, afirmou ele à revista Focus.
Já o ministro de Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, defendeu o afrouxamento das rígidas medidas de austeridade para a França. “O pacto de crescimento e estabilidade da União Europeia permite certa flexibilidade para o cumprimento das metas”, declarou Schäuble neste domingo em entrevista ao jornal Welt am Sonntag.
Itália – O vice-ministro da Economia da Itália, Stefano Fassina, disse neste domingo que o país deve solicitar mais dois anos para cumprir as metas de déficit fiscal impostas pela União Europeia (UE). Em entrevista ao jornal La Repubblica, Fassina afirmou que considera “absolutamente necessário” que a Itália peça mais tempo para cumprir o seu acordo com a UE, a exemplo de outros países.
(Com Estadão Conteúdo)