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Por que o euro se desvaloriza enquanto o dólar sobe

A confiança dos investidores na zona do euro está no nível mais baixo desde o começo da pandemia, conforme aumenta o risco de recessão

Por Renan Monteiro Atualizado em 8 jul 2022, 10h38 - Publicado em 5 jul 2022, 11h55

Com o aperto econômico e o alarde de uma possível recessão, o euro registrou na terça-feira, 5, uma baixa histórica de duas décadas. A queda foi de aproximadamente 1,3%, atingindo 1,029 dólar e oscilando nessa faixa. Nesse ritmo, com as sucessivas pressões, o euro se aproxima da maior desvalorização frente ao dólar, desde 1999, com a introdução da moeda pelos estados-membros da União Europeia. Na comparação com o real, o euro é negociado na casa dos 5,52 reais enquanto o dólar era vendido a 5,38 reais, por volta das 11h50 desta terça-feira, 5.

O dólar sobe em resposta à política monetária mais agressiva do Federal Reserve (Fed), o banco central americano. Para combater a inflação de 8,6% nos EUA, a taxa básica de juros no país teve uma rápida alta histórica, para a faixa de 1,5% a 1,75%. “Quando o banco central dos EUA começa a subir juros, isso atrai capital para o chamado porto seguro americano, e, nesse cenário de incertezas, fica cada vez maior a chance de recessão no mundo. Afinal, muitos investidores procuram portos seguros”, avalia o economista Piter Carvalho, da Valor Investimentos.

O Índice Econômico Sentix, que mede a confiança dos investidores, coloca a zona do euro no nível mais baixo em confiança desde maio de 2020, auge da pandemia. A inflação na região — também no recorde de 8,6% em junho, na média dos 19 países — é puxada especialmente pelo preço dos combustíveis, disparado com guerra na Ucrânia. “Todo o risco de uma recessão, muito maior na Europa pela dependência energética, que impacta a inflação, acaba prejudicando a moeda”, diz Carvalho

Embora os países individualmente tenham elevado os juros, o Banco Central Europeu (BCE) ainda não adotou a política de aumentar a taxa básica de juros para conter a escalada de preços. Na reunião deste mês, entretanto, o movimento já foi anunciado. Bucando esfriar a economia, o BCE sinalizou como “apropriado” um aumento gradual. Um movimento delicado, pois há o risco de estimular ainda mais uma recessão. “O cenário econômico global de incertezas, e a proximidade ao território do conflito (guerra da Rússia), explica a queda do euro frente ao dólar. O dólar é a moeda de destino para proteção de carteiras de investimentos em cenários de incertezas”, analisa Rodrigo Simões, especialista em finanças e professor da FAC-SP.

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