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Por que a zona do euro corre risco de caminhar para uma recessão

Crescimento econômico do bloco foi de apenas 0,1% no quarto trimestre de 2019; com coronavírus, economistas alertam para perigo de retração em 2020

Por Felipe Mendes Atualizado em 14 fev 2020, 17h57 - Publicado em 14 fev 2020, 17h26

O crescimento econômico dos principais países da zona do euro tem arrefecido. O Produto Interno Bruto (PIB) da região, ajustado sazonalmente, registrou alta moderada de 0,1% durante o quarto trimestre de 2019, segundo a agência Eurostat. O valor é comparado com os números do trimestre anterior, quando a expansão foi de 0,3%. Nos últimos meses de 2019, países como França, segunda maior economia do bloco, e Itália tiveram índices de crescimento contraídos, o que ligou o sinal de alerta de investidores.

Maior economia do bloco, o PIB da Alemanha não foi muito melhor: o país produziu crescimento zero no quarto trimestre. O desempenho se mostrou abaixo da alta de 0,2% vista entre julho e setembro. Alguns fatores podem explicar o declive. A produção industrial do país tem se corroído nos últimos tempos. Fora isso, a Alemanha também viu queda do consumo das famílias e do próprio governo – o investimento em máquinas e equipamentos ficou abaixo do esperado.

Mas a indústria não perdeu força somente entre povos germânicos. Em 2019, a produção industrial dos dezenove países que compõem a zona do euro caiu 4,1% em relação ao ano anterior. Foi o desempenho mais fraco desde a turbulência causada pela crise da dívida soberana entre 2009 e 2012. Apesar dos resultados estarem longe do crescimento ideal, analistas enxergam um alento. “O resultado do PIB alemão consistiu em uma notícia boa. Havia a preocupação de que o país pudesse entrar em recessão”, diz Pablo Spyer, diretor da corretora Mirae.

Não foi só a indústria que declinou. Em dezembro, plena época festiva, as vendas do varejo da zona do euro caíram 1,6%. Foi a pior queda para um mês em uma década. Analistas afirmam que o pior ainda não passou. “A economia dos países da zona do euro continuará a flertar com a recessão no primeiro semestre de 2020”, disse o economista Andrew Kenningham, da Capital Economics, em nota. “Os resultados de 2019 são frutos da crise comercial que tivemos no ano passado entre Estados Unidos e China, o que acabou trazendo até o receio de uma recessão global”, diz Mauriciano Cavalcante, diretor da corretora Ourominas.

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Efeito coronavírus

O desempenho deve piorar ainda mais conforme forem divulgados dados referentes a 2020. Por causa da epidemia do novo coronavírus, as bolsas mundo afora perderam robustez. A crise na economia chinesa deve impactar não apenas os países emergentes, como terá reflexos na zona do euro. Montadoras de automóveis europeias já demonstram preocupação diante da falta de componentes causada pela paralisação de fábricas na China. O impacto também será sentido nas exportações e no mercado turístico alemão. Segundo projeções do Deutsche Bank, o surto do coronavírus deve gerar um declínio de 0,2 ponto percentual do crescimento do primeiro trimestre da zona do euro, com perdas significativas em volume de exportações de países como Alemanha, França, Itália e Espanha. Uma recessão técnica já é realidade.

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