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Por que a eleição para o Senado na Geórgia é tão importante para o mercado

A composição do Congresso americano definirá o nível de turbulência que Biden atravessará para aprovar suas políticas econômicas

Por Luisa Purchio Atualizado em 5 jan 2021, 19h21 - Publicado em 5 jan 2021, 12h09

A vacinação contra o coronavírus e as eleições presidenciais americanas foram os principais riscos que amedrontaram os investidores americanos em 2020. Com a virada do ano, o pior ficou para trás, mas alguns rastros permanecem no início de 2021, como a composição do Congresso americano. Nesta terça-feira, 5, os eleitores do estado da Geórgia vão às urnas em segundo turno para decidir duas cadeiras do Senado. A incerteza quanto a essa eleição ocorre porque a disposição do Senado pode dificultar ou facilitar a vida do presidente eleito, o democrata Joe Biden, em implementar sua política econômica.

Por causa deste pleito, os mercados futuros americanos oscilam, dando continuidade à aversão ao risco que fez as principais bolsas dos Estados Unidos encerrarem no negativo na segunda-feira. Essa incerteza impacta o mercado de capitais brasileiro, que sofre forte influência das bolsas americanas. A dificuldade das pesquisas americanas em fazer previsões acertadas contribui com essa baixa. “As pesquisas apontavam que a Geórgia elegeria dois senadores republicanos no ano passado e isso mudou. Toda mudança gera reação no mercado”, diz William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue. “Além disso, falar muito sobre política não é bom para as bolsas. Isso influencia o movimento no curto prazo.”

Os democratas já detêm 48 cadeiras no Senado e, caso seus dois candidatos do estado ganhem a eleição, eles empatarão com os republicanos, que já possuem 50 cadeiras na casa. Se isso não acontecer, os democratas terão dificuldades para a aprovação das propostas tanto do presidente eleito, Joe Biden, quanto da Câmara dos Representantes, que já têm maioria democrata. Nos Estados Unidos, quando há empate técnico no Senado, a decisão de minerva fica à cargo da vice-presidente do país, no caso, a democrata eleita Kamala Harris.

A expectativa é que essas surpresas afugentem os investidores apenas no curto prazo, já que no longo prazo ela impactará tanto positivamente quanto negativamente no mercado financeiro, independentemente da maioria no Senado americano. “As eleições na Geórgia certamente continuarão fazendo muito preço, porque elas têm uma dupla faceta de custos e de benefícios. Se os democratas levam o Senado, é bom para a economia porque facilita os planos de Biden de elevar a produtividade do país, porém haverá mais tributação. Por outro lado, se eles não levarem, não terá aumento de impostos, mas também não há esse impulso, o que é bastante crítico para as empresas”, diz Alejandro Ortiz, economista da Guide Investimentos.

Entre os planos de Biden, que naturalmente receberão apoio dos democratas no Congresso, está aumentar os gastos públicos para proteger a indústria nacional, gerar emprego e investir em desenvolvimento tecnológico e recursos renováveis, o que movimenta a economia. Porém, esse investimento tem um custo e para cobri-los ele propôs aumentar os tributos às empresas, o imposto de renda para os que ganham acima de 1 milhão de dólares por ano e taxar ganhos de capital. São duas facetas que impactarão de maneira diferente as empresas. Sob comando democrata, as companhias ligadas à tecnologia e energia limpa, por exemplo, podem se beneficiar mais. O resultado, de qualquer forma, movimentará bastante o mercado de capitais.

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