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Por pautas impopulares, Guedes adota política de concessões ao Congresso

O ministro usa a aprovação de pautas desejadas pelo Centrão como contrapartida para avançar projetos como o de precatórios e a reforma do IR

Por Victor Irajá Atualizado em 13 out 2021, 15h54 - Publicado em 13 out 2021, 15h32

Depois de quase três anos de governo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, ainda busca se aperfeiçoar na arte das negociações políticas, com as suas dores e delícias. Se o ministro não seguiu a recomendação da “ala política” do Ministério durante a tramitação da reforma da Previdência, no primeiro ano de governo, agora está entendendo melhor como se movimentar para fazer avançar os seus projetos.

Durante a tramitação das mudanças do sistema de aposentadoria, aliados como o ex-deputado Marcos Cintra e Guilherme Afif, ex-candidato à presidência, — respectivamente, o ex-secretário de Receita e o assessor especial do ministro — recomendaram que Guedes botasse mais do que um projeto na praça para que fossem discutidos simultaneamente. Não foram atendidos, porque o ministro desejava ter todo o foco dos trabalhos na reforma de maior impacto para o país e que estava mais madura. O resultado foi um certo esvaziamento do projeto por deputados e senadores, com a exclusão dos pontos que tratavam dos atendidos pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC) e da troca do sistema de repartição pelo de capitalização.

Com mais experiência no setor público, o ministro parece que entendeu melhor como fazer o jogo. As relações com o Congresso vinham melhorando, até a divulgação de uma conta offshore sua nas Ilhas Virgens Britânicas. O ministro reclama de “barulho político” por causa de sua convocação por parte dos congressistas para uma série de depoimentos na Câmara e no Senado, mas não interrompeu a movimentação para dar vazão aos seus projetos.

Mesmo que enfraquecido, tem conseguido resultados, adotando táticas diferentes das do passado. No caso da reforma do Imposto de Renda, que passou pela Câmara e está no Senado, Guedes comentou ao secretariado suas estratégias: “Eu trouxe a esquerda para o debate. O pessoal do Centrão estava barrando o debate, então convidei a esquerda para conversar e os partidos de centro tiveram que se mexer”.

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Um dos pontos que exigi articulações foi o da criação de alíquota para o imposto sobre dividendos. O Ministério da Economia apresentou uma taxa. Oposicionistas toparam dar apoio ao projeto se a mordida subisse para 25%. Membros do embaralhado de letrinhas que compõem o Centrão, então, ingressaram no apoio à pauta com uma alíquota de 15%. O ministro entendeu que, em política, é dando que se recebe. Ele condiciona o apoio a projetos de interesse dos congressistas à aprovação de matérias que vislumbrem a continuidade de sua agenda.

“Eles querem o aumento do Bolsa Família? Ok. Troco pela PEC dos Precatórios. Querem aumento de investimento públicos? Troco pelo apoio ao marco do saneamento e a privatização da Cedae”, comenta à equipe. Se aprovar os dois projetos, diz o ministro, será factível conceder aumento de mais de 50% no Bolsa Família, a grande demanda do presidente Jair Bolsonaro e de parlamentares, em ano pré-eleição. “Vamos para eleição dentro do teto, sem populismo”, afirma ele, que assim espera recuperar parte da força perdida nos últimos tempos.

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