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PMEs miram reservas de petróleo terrestres brasileiras

Metade das 174 áreas que a ANP prepara para a rodada de leilões de maio está fora de áreas marinhas. Blocos devem atrair principalmente pequenos exploradores

Por Luís Bulcão, do Rio de Janeiro
19 set 2012, 11h45

Em jejum de leilões desde 2008, as empresas do setor do petróleo ficaram alvoroçadas com o anúncio da 11ª rodada de licitações de blocos exploratórios, para maio de 2013. A retomada das concessões, autorizada pela presidente Dilma Rousseff, foi um aceno alentador para o mercado, que, diante dos quase cinco anos sem novos negócios, ameaçava uma debandada.

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Os investidores agora se preparam para arrematar os 174 blocos de exploração. Segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Petróleo, os leilões devem arrecadar 1 bilhão de dólares em bônus, É uma parcela do setor que vai em busca de oportunidades fora da área do pré-sal – as rodadas para esses blocos só ocorrerão em novembro do ano que vem. A novidade da rodada de maio, cujas áreas serão divulgadas nos próximos dias pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), são os blocos fora de reservas marinhas, de onde vem a grande maior parte da produção brasileira. São reservas, que, segundo os técnicos da ANP, podem trazer boas surpresas ao país.

“O Brasil tem grandes áreas pouco exploradas. Bacias similares ao redor do mundo são produtoras de hidrocarbonetos. Essas bacias produzem muito petróleo no mundo todo. Por que não produziriam aqui também?”, pergunta Eliane Petersohn, superintendente de definição de blocos da ANP.

A exploração dos blocos terrestres deve atrair principalmente os pequenos produtores, concentrados em áreas do Norte e do Nordeste. Segundo Eliane, a agência dispõe de recursos da ordem de 1,8 bilhão de reais a serem utilizados no mapeamento de 22 bacias sedimentares até 2014. Até agora, somente 500 milhões foram utilizados. Bacias como as do Acre, de Parecis, e de São Luiz eram dadas como irrelevantes e hoje já acredita-se que há boas chances para a produção de petróleo. Outro exemplo é a bacia de Parnaíba, que até 1998 tinha 24 poços perfurados e hoje conta com 55. A superintendente de definição de blocos da ANP, em palestra na Rio Oil & Gas, na terça-feira, destacou que a OGX, de Eike Batista, declarou a comercialidade de dois poços nesta bacia.

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De acordo com ela, os levantamentos da ANP vão permitir a intensificação de descobertas de reservas terrestres no Brasil. “São dados que precisam ser estudados em detalhe pela academia, pelas agências e pelas empresas”, afirma. As pesquisas envolvem aerolevantamentos, coletas de solo, perfuração de poços e levantamentos sísmicos. “Falta fazer a análise e a integração desses dados. Todos precisam se debruçar sobre eles”, disse.

A superintendente destaca também a Bacia de Parecis, no Mato Grosso. Segundo ela, a região é uma das que apresentam maior potencial e ainda é pouco explorada. “Havia dois poços perfurados lá. Hoje não tem nenhum. É uma bacia que a gente conhece pouco ainda. Acredito que traga muitas surpresas”, afirmou.

Eliane não soube precisar quanto tempo o Brasil pode levar até que reservas substanciais sejam descobertas em áreas de exploração terrestres. Segundo ela, os estudos chegam a levar de oito a 10 anos. No entanto, as descobertas podem ser aceleradas, caso seja despertado o interesse das empresas na exploração de determinada área. “Precisamos ter o conhecimento do que temos no nosso subsolo. É muito difícil selecionar uma área sem ter o entendimento das bacias e das áreas de maior produtividade. Isso ajuda a diminuir o risco das concessionárias no momento de adquirir os blocos”, disse.

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