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Plano de referendo na Grécia abre crise política e derruba bolsas

Por Da Redação
1 nov 2011, 21h05

(Atualiza após Papandreou reiterar referendo e mudar cúpula militar).

Adriana Flores Bórquez.

Atenas, 1 nov (EFE).- A decisão do Governo de Atenas de submeter a referendo o segundo plano de resgate à Grécia provocou novas turbulências dentro e fora do país, refletidas na forte queda das bolsas de valores internacionais e na exigência de eleições antecipadas por parte de um número crescente de parlamentares gregos.

O temor de que os eleitores gregos recusem o plano de resgate financeiro a Atenas, aprovado pela zona do euro e condicionado a medidas impopulares de austeridade econômica, tomou conta dos mercados europeus nesta terça-feira, causando perdas generalizadas nas bolsas.

A Bolsa de Atenas fechou com retrocesso de 6,92% e os principais bancos caíram mais de 10%, enquanto a taxa de risco grega – o diferencial da dívida a dez anos em relação ao bônus da Alemanha – disparou até 2.260 pontos, diante dos 2.025 pontos de segunda-feira.

A proposta do primeiro-ministro Giorgos Papandreou de submeter o resgate a referendo caiu como um balde de água fria e anulou o otimismo gerado pelo acordo obtido na semana passada para o resgate financeiro à Grécia.

‘Em um assunto que determina o futuro do país, o cidadão tem a primeira palavra’, declarou Papandreou nesta segunda-feira à noite de forma inesperada, depois do fechamento dos mercados, diante dos 153 parlamentares do partido governista Movimento Socialista Pan-Helênico (Pasok).

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Duas deputadas socialistas rejeitaram essa proposta nesta terça-feira, e uma delas se declarou independente. Por isso, a maioria absoluta do Pasok ficou reduzida a 152 cadeiras, de um total de 300 que compõem o Parlamento grego. Além disso, crescem os rumores de que haja mais deserções políticas.

Diante desse panorama, a oposição intensificou sua exigência de se convocar eleições antecipadas, provocando ainda mais atritos com os pedidos de apoio do Governo aos planos de austeridade e ao pacote de resgate que Papandreou tinha formulado.

Antonis Samaras, líder do partido conservador Nova Democracia – maior partido da oposição -, afirmou nesta terça-feira que a realização de eleições é ‘uma necessidade nacional’.

‘Nesses momentos decisivos, tenho a responsabilidade histórica de fazer todo o necessário para que a perspectiva europeia e o futuro da Grécia não sejam colocados em perigo’, manifestou o dirigente conservador.

A agência de classificação de risco Fitch alertou que um resultado negativo no referendo proposto por Papandreou aumentaria o risco de uma quebra forçada e desordenada e de uma saída da Grécia do euro. ‘(Os dois cenários) teriam implicações financeiras severas para a estabilidade financeira e a viabilidade da zona do euro’, advertiu a Fitch.

O Conselho de Ministros do Governo grego realizou uma reunião nesta terça-feira, que se estendeu pela madrugada de quarta (horário local). Nela, Papandreou se mostrava determinado a realizar o referendo e a comparecer à Cúpula do G20 em Cannes (França) para explicar sua postura aos líderes mundiais.

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O trabalho do líder grego será árduo e seu resultado, incerto, pois os membros da zona do euro se mostraram irritados e preocupados com a decisão de realizar um referendo, pois não foram consultados previamente.

Tanto o presidente da França, Nicolas Sarkozy, quanto a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmaram que a aplicação do acordo obtido ‘é mais necessária do que nunca’.

Em comunicado divulgado pelo Palácio do Eliseu (sede do governo francês), Sarkozy e Merkel defenderam o plano para um novo resgate à Grécia. Esse plano inclui fornecer à Grécia uma ajuda financeira de 130 bilhões de euros e o perdão de 50% da dívida grega (100 bilhões de euros).

No Parlamento de Atenas, começa nesta quarta-feira o debate sobre a moção de confiança que o próprio primeiro-ministro pediu sobre seu Governo, para ser votada na sexta-feira.

Em meio às tensões desta terça-feira, o Governo grego resolveu tomar outra inesperada decisão: substituir os membros da cúpula militar do país. A medida causou desconcerto e a rejeição plena de todos os partidos da oposição. EFE

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