Plano de compra de ativos deve ser acompanhado por ações governamentais, diz membro do BCE
Benoit Coeure disse que as medidas para sair da crise são principalmente políticas. Ele aponta que países devem reduzir o déficit e melhorar competitividade
A promessa do Banco Central Europeu (BCE) de comprar ativos de títulos soberanos dos países do bloco que estão em crise precisa ser complementada por ações governamentais para baixar a dívida e estimular a economia, afirmou neste sábado Benoit Coeure, membro da Diretoria Executiva do BCE.
“Não é o fim da crise, o BCE não pode solucionar todos os aspectos da crise”, disse em entrevista coletiva. “A grande maioria das medidas que nos permitirão sair da crise são decisões políticas”. Reconhecendo que a crise de dívida da Europa alcançou um estágio crítico, o BCE aprovou na quinta-feira um plano que abre caminho para compras ilimitadas nos mercados de bônus dos membros da zona do euro em dificuldades.
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Este foi o passo mais ousado já tomado para combater a crise fiscal da Europa, algo impensável quando os problemas surgiram há quase três anos. O plano visa a restaurar a estabilidade dos mercados de dívida da Espanha e Itália e encorajar os investidores estrangeiros a retornarem depois de uma fuga em massa.
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Coeure afirmou, no entanto, que a intervenção do BCE apenas funcionará se o país já tiver adotado medidas para reduzir o déficit e melhorar a sua competitividade. “Isso não significa necessariamente mais austeridade: esses países já introduziram muitas iniciativas que estão na direção certa”, acrescentando que “não haverá necessariamente mais exigências”.
Grécia – O primeiro-ministro grego Antonis Samaras indicou neste sábado que a prioridade de seu país é conseguir um relatório positivo dos credores (BCE, FMI e União Europeia) para manter a Grécia dentro da Zona Euro. Os representantes dos credores chegaram a Atenas para avaliar a situação econômica do país. As conclusões desses especialistas serão determinantes para que a Zona Euro continue dando apoio econômico ao país e principalmente para que obtenha a próxima parcela da assistência financeira de 31,5 bilhões de euros, dentro do segundo plano de resgate de 130 bilhões acertados com a UE e o FMI.
(Com Agência Estado)