Piketty pede que Merkel mude de postura sobre crise grega
Junto com outros economistas, autor de 'O Capital no Século XXI' afirma que os efeitos colaterais da saída da Grécia da zona do euro podem minar a moeda única de forma irreversível
Economistas de renome internacional como Thomas Piketty enviaram uma carta à chanceler da Alemanha, Angela Merkel, para que ela mude radicalmente sua postura sobre a Grécia a fim de evitar graves danos na zona do euro e em todo o mundo. A Alemanha já sinalizou que não aceitará a redução da dívida grega, tampouco que mais empréstimos sejam liberados ao país sem que haja um compromiso com medidas de austeridade.
A carta, à qual o jornal alemão Tagesspiegel teve acesso, defende que os líderes europeus sejam “generosos” e que não forcem “o governo grego a colocar um revólver na cabeça e a apertar o gatilho”. “Com essa bala, não só morrerá o futuro da Grécia na Europa. Os efeitos colaterais destruirão a zona do euro como farol de esperança, democracia e bem-estar. As consequências serão sentidas no mundo todo”, argumentam os economistas.
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Eles pedem à chanceler que “assuma um papel de liderança vital para a Grécia, a Alemanha e o mundo” e dê “valentes e generosos passos”. “Suas ações desta semana entrarão nos livros de história”, acrescentam.
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Além de Piketty, professor na Escola de Economia de Paris que ganhou notoriedade ao publicar o livro O Capital no século XXI, assinam a carta Heiner Flassbeck, ex-secretário de Estado de Finanças alemão, Jeffrey Sachs, docente da Universidade de Colúmbia, Dani Rodrik, professor da Universidade de Harvard, e Simon Wren-Lewis, professor da Universidade de Oxford.
(Com agência EFE)