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PIB do Japão sofre queda histórica e despenca 27,8% na comparação anual

Com demanda interna e exportações afetadas pela pandemia, terceira maior economia mundial registrou queda de 7,8% na comparação com o trimestre anterior

Por Luisa Purchio Atualizado em 17 ago 2020, 12h45 - Publicado em 17 ago 2020, 12h20

Terceira maior economia global, os impactos do novo coronavírus no Produto Interno Bruto (PIB) do Japão não foram diferentes dos demais países do mundo: dados divulgados nessa segunda-feira, 17, em Tóquio, mostram que no segundo trimestre de 2020 o PIB do país caiu 27,8% na comparação anualizada. O resultado representa a maior queda desde 1980, início da série histórica. Na comparação com o trimestre anterior, a retração foi de 7,8%, também o pior desempenho para um trimestre da terceira maior economia do mundo.

A retração é resultado do fechamento de lojas e da paralisação da atividade econômica. Há um grande peso também na queda das exportações, tendo em vista que a China e EUA, seus principais parceiros comerciais, foram duramente afetados pela Covid-19. Apesar de acentuado, o tombo do Japão no 2º trimestre foi menor que de outras grandes economias. O PIB da zona do Euro encolheu 12,1% na comparação do 2º trimestre com o 1º, puxado pelo mau desempenho de Alemanha, França, Itália e Espanha. No Reino Unido, o tombo foi de 20% no 2º tri, maior queda das economias do G7 até o momento. Os Estados Unidos viram o PIB encolher 9,5% no período ou 32,9% na taxa anualizada.

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Assim como outros países, o Japão lançou mão de medidas emergenciais para tentar arrefecer a crise, mas o resultado não foi tão bom quanto o esperado. Em abril, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, decidiu pagar 900 dólares para os cidadãos com o objetivo de compensar a desaceleração do consumo causada pela pandemia. Mesmo assim, os estímulos não foram suficientes para conter a derrubada no PIB. “Os cidadãos japoneses já possuem os bens que necessitam, por isso o crédito esporádico não é o suficiente para fazer com que a economia saia de uma situação e vá para outra. Além disso, a população do Japão proporcionalmente é uma das mais velhas do mundo, e eles têm o hábito de poupar”, diz Alexandre Uehara, especialista em Ásia da ESPM.

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Desde o início do século, o país que sofreu uma bolha financeira e imobiliária até 1991 vem crescendo a patamares baixos. No final de 2012, o governo japonês adotou uma série de benefícios para incentivar a economia, o que contribuiu para o crescimento do país, mas a Covid-19 reverteu esse ciclo. O turismo, uma das apostas do governo para incentivar a economia sofreu um revés principalmente em Tóquio, que contabilizou um grande número de infecções. A cidade sediaria os Jogos Olímpicos, mas houve adiamento da competição para 2021. No período, o PIB real do Japão diminuiu para 485 trilhões de ienes, o menor desde o segundo trimestre de 2011, quando o país sofria os reflexos de 20 anos de recessão.

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Esse baixo crescimento dos últimos 20 anos, no entanto, quando comparado ao restante do mundo se destaca devido ao investimento em tecnologia e crescimento de produtividade do país. “Embora o PIB japonês não tenha crescido muito, a produtividade continua elevada. A força de trabalho envelheceu, mas o Japão vem compensando isso nas últimas décadas com a robotização”, diz Gilmar Masiero, professor da FEA-USP e coordenador do Programa de Estudos Asiáticos.

Nessa segunda-feira 17, o Nikkei 225, principal índice da Bolsa de Valores de Tóquio que reúne as 225 principais ações do Japão, sendo 40% delas na área de tecnologia, fechou em baixa de 0,83%, mas os futuros oscilaram e fecharam no zero a zero, em leve alta de 0,13%. Apesar do impacto da Covid-19 no país, analistas estimam que o ele não perderá o posto de terceira maior economia mundial. “Se há algum ponto positivo para o Japão é que pelo menos a terceira posição está garantida por alguns anos. Mesmo o país crescendo pouco, há uma distância entre a economia japonesa e a alemã que dá a ele um fôlego”, diz Uehara.

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