PIB de 2012 confirma queda do Brasil no ranking das maiores economias
País voltou a perder o posto de sexta economia para a Grã-Bretanha - o que já havia sido estimado por analistas ouvidos pelo site de VEJA em outubro do ano passado
O Brasil confirmou a perda da sexta posição no ranking das dez maiores economias do mundo, caindo para sétimo lugar, com a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do último trimestre de 2012 – no acumulado do ano, a economia cresceu apenas 0,9%. A queda já havia sido alertada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em abril do ano passado, devido ao baixo crescimento econômico e do enfraquecimento do real ante o dolar. Em agosto do ano passado, após a divulgação do PIB do segundo trimestre, o site de VEJA apurou junto à consultoria Economist Intelligence Unit (EIU) que, levando em conta as estimativas para o ano, já era possível considerar a perda do sexto lugar como um fato irreversível.
No começo de 2012, o país conquistou o sexto lugar logo após a divulgação dos resultados do PIB do ano anterior, que avançou 2,7%, e fez com que ficasse logo acima da Grã-Bretanha. Ao longo do ano, porém, o mercado brasileiro foi atingido pelos efeitos da falta de investimentos e o baixo desempenho da indústria, resultando no decepcionante avanço de 0,9% no resultado anual.
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Para analistas, o desenvolvimento da economia brasileira em 2012 ficou abaixo da sua taxa de crescimento potencial, sobretudo, por se tratar de um grande mercado emergente entre os Brics. As condições menos favoráveis no exterior – difundidas pela crise da dívida na Europa – tiveram um impacto sobre o desempenho brasileiro e vão continuar a ser um problema, segundo Irene Mia, diretora regional para America Latina da EIU. Tais fatores, apesar de serem agravantes, não podem ser culpados pelo resultado ruim, avalia a economista. “O Brasil precisa enfrentar obstáculos domésticos, incluindo infraestrutura frágil, distorções no mercado de trabalho, falta de habilidade de gestão, ntre outros”. disse a economista ao site de VEJA.
O ritmo de recuperação da economia brasileira, no entanto, parece ter voltado a crescer no final de 2012. “Esperamos um avanço de 3,5% em 2013, apoiado pelos investimentos esperados no país”, diz Irene. O ciclo eleitoral e os eventos esportivos, como a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, devem impulsionar a economia, na avaliação da economista.