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PIB brasileiro não acelera e cresce apenas 0,2% no 1o tri–IBGE

Por Da Redação
1 jun 2012, 10h42

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO, 1 Jun (Reuters) – A economia brasileira começou o ano sem acelerar, ao contrário do que esperava governo, com resultado abaixo do esperado pelo mercado e pela própria equipe econômica. Os maus sinais vieram de toda parte, com destaque para investimentos e setor agropecuário e levarão o mercado a reduzir as contas para o ano.

De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu apenas 0,2 por cento no primeiro trimestre deste ano, quando comparado com o quarto trimestre de 2011. Em relação ao mesmo período do ano passado, a expansão foi de 0,8 por cento.

O IBGE revisou para baixo a expansão do PIB no quarto trimestre de 2011 sobre o terceiro, de 0,3 para 0,2 por cento, mas apesar disso manteve a expansão de todo o ano passado em 2,7 por cento.

Os setores que contribuíram positivamente para o resultado no trimestre passado foram indústria, com expansão de 1,7 por cento sobre outubro-dezembro de 2011, e serviços, com alta de 0,6 por cento.

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O bom desempenho da indústria veio porque, para o resultado do PIB, o IBGE considera o valor adicionado pelo setor no período. Já para o indicador de produção industrial, que vem apresentando quedas, o instituto faz seus cálculos com base no volume produzido.

O setor agropecuário, no entanto, teve um tombo de 7,3 por cento.

“(O forte tombo do setor agropecuário) está relacionado à quebra de safra no Sul. Soja, arroz e fumo são culturas importantes no Rio Grande do Sul, onde a seca foi severa”, afirmou o gerente de economia da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Daniel Furlan Amaral,

INVESTIMENTOS MINGUAM

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Os números da economia brasileira anunciados nesta manhã deixaram claro que os investimentos, uma das maiores preocupações do governo, pioraram.

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) -uma medida de investimento- recuou 1,8 por cento no trimestre passado, ante o quarto trimestre de 2011, segundo o IBGE. A taxa de investimento em relação ao PIB ficou em 18,7 por cento, enquanto um ano antes ela estava em 19,5 por cento.

“O que chama a atenção é o investimento muito fraco…Nesse cenário de economia lá fora bastante ruim, fica complicado de você imaginar uma recuperação muito forte na parte de investimento, a não ser que seja fortemente induzido pelo governo”, afirmou o economista-chefe da asset Mauá Sekular, Rodrigo Melo, acrescentando que o crescimento deste ano deve ser menor do que o projetado pelo mercado.

O último relatório Focus do Banco Central mostrou que os especialistas calculavam crescimento do PIB de 2,99 por cento neste ano.

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O consumo do governo, por outro lado, cresceu 1,5 por cento no trimestre passado, frente ao quarto trimestre, enquanto o das famílias, 1,0 por cento.

Na comparação com o primeiro trimestre de 2011, o consumo das famílias aumentou 2,5 por cento e o do governo 3,4 por cento. Já a FBCF caiu 2,1 por cento nessa comparação.

O desempenho dos setores nesta comparação, mostrou crescimento de 1,6 por cento nos serviços e de apenas 0,1 por cento da indústria, enquanto a agropecuária despencou 8,5 por cento.

DIFICULDADES

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A economia titubeante tem sido o calcanhar de Aquiles do governo Dilma Rousseff neste início de ano sobretudo devido ao desempenho da indústria. Afetada pela crise internacional mais aguda e pela desaceleração do crédito no mercado interno, a atividade ainda mostrou sinais de cansaço nesses primeiros meses.

“Os dados consolidam que não estamos imunes à crise”, avaliou Miguel Daoud, da Global Finanças Advisor.

Outros importantes países emergentes também estão sofrendo com a conjuntura internacional. Na quinta-feira, a Índia anunciou que teve o pior crescimento em 9 anos.

Aqui no Brasil, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, havia afirmado à Reuters que o PIB brasileiro teria crescido entre 0,3 e 0,5 por cento no trimestre passado, quando comparado com outubro e dezembro passados, e que a atividade já estava acelerando. Nenhuma das duas previsões se confirmou.

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Segundo pesquisa da Reuters, a mediana de previsões de 29 analistas mostrava que o PIB brasileiro teria crescido 0,5 por cento no primeiro trimestre de 2012 ante o período anterior. Sobre janeiro a março de 2011, as contas apontavam expansão de 1,3 por cento, pela mediana de 25 previsões.

Na véspera, o IBGE informou que a produção industrial do país caiu 0,2 por cento em abril frente a março, a segunda queda seguida e a terceira variação negativa mensal no ano. Na comparação com abril de 2011, a produção diminuiu 2,9 por cento, oitava contração seguida.

Por conta disso, o governo tem adotado diversas medidas de estímulos, como a redução da Selic ao menor nível histórico -de 8,50 por cento ao ano-, desonerações fiscais e liberação de mais crédito.

A última ação foi definida na quinta-feira, quando o governo elevou a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), entre outros, de motos importadas ou que não sejam produzidas na Zona Franca de Manaus para proteger os fabricantes no país.

(Reportagem adicional de Diogo Ferreira Gomes)

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