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PIB ainda fraco leva governo a focar no 2º semestre

Por Da Redação
1 jun 2012, 15h57

Por Patrícia Duarte

SÃO PAULO, 1 Jun (Reuters) – O fraco desempenho da economia brasileira no início deste ano foi um balde de água fria nas expectativas já pouco animadoras tanto do setor produtivo quanto do mercado, e até levou o próprio governo a abaixar o tom sobre a recuperação que, de forma mais forte, deve acontecer apenas no segundo semestre.

“O segundo semestre certamente terá um crescimento maior do que o primeiro… Podemos atingir no segundo semestre taxa (anualizada) de crescimento de 4 a 4,5 por cento”, disse a jornalistas o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

De acordo com dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu apenas 0,2 por cento no primeiro trimestre deste ano, quando comparado com o quarto trimestre de 2011. Em relação ao mesmo período do ano passado, a expansão foi de 0,8 por cento.

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O IBGE ainda revisou para baixo a expansão do PIB no quarto trimestre de 2011 sobre o terceiro, de 0,3 para 0,2 por cento, mas apesar disso manteve a expansão de todo o ano passado em 2,7 por cento.

“Foi praticamente uma estabilidade. Não dá para falar em crescimento com uma taxa de 0,2 por cento”, resumiu a economista do IBGE Rebeca Palis.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, falou em recuperação “gradual” e afirmou que a intensificação do ritmo da economia deve ocorrer “ao longo deste ano”, ressaltando que a demanda doméstica continua sendo o principal suporte da economia.

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“O crescimento do PIB…confirma que a recuperação da atividade econômica tem sido bastante gradual.”, afirmou Tombini em nota divulgada pela assessoria de imprensa do BC.

Já a presidente Dilma não comentou publicamente o resultado do PIB, que foi atingido em cheio sobretudo pela atual crise internacional. Nas contas do governo, a expansão da atividade deve ficar na casa de 3 por cento neste ano, bem abaixo das contas iniciais de 4,5 por cento.

Segundo um assessor de Dilma, a presidente também compartilha da ideia de que a economia estará crescendo, de forma anualizada, na casa de 4 por cento na segunda metade do ano.

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Outro assessor que também pediu para não ser identificado disse que há uma série de novas medidas em estudos finais na área econômica e que o governo está longe de esgotar as ações para estimular o crescimento.

PREOCUPAÇÃO

O mau resultado do trimestre passado, segundo o IBGE, veio do setor agropecuário -que caiu 7,3 por cento no trimestre passado por conta da estiagem nas regiões Sul e Nordeste- e também pelos investimentos.

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A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) -uma medida de investimento- recuou 1,8 por cento no trimestre passado, ante o quarto trimestre de 2011, a menor variação trimestral desde o primeiro trimestre de 2009. A taxa de investimento em relação ao PIB ficou em 18,7 por cento, enquanto um ano antes ela estava em 19,5 por cento.

A equipe econômica tem mostrado preocupação com a taxa de investimento privado no país e, por isso, indica que vai continuar dando estímulos para garantir a recuperação econômica. O alvo tem sido o setor industrial, que continua patinando.

O setor produtivo, no entanto, ainda mostra muita preocupação e pede mais ação do governo. O presidente da Fenabrave, associação que representa as concessionárias de veículos, Flavio Meneghetti, disse esperar um crescimento PIB de apenas 2,5 por cento e que a recuperação venha mesmo só a partir do segundo semestre.

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Já para o presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Fernando Figueiredo, o resultado de agora acende “a luz amarela”, visão compartilhada pelo setor varejista.

“O resultado mostra que não estamos bem. O PIB deste ano não vai crescer muito, não vem um número bom, apesar das medidas que vêm sendo tomadas”, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda.

Para o ex-secretário de Política Econômica e consultor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Júlio Gomes de Almeida, a queda no investimento é reflexo “do medo das empresas em relação a expectativas ruins lá de for a e aqui dentro”.

“Há uma crise no investimento e se o governo for adotar medidas para enfrentar a estagnação da economia terá que incentivar o investimento”, disse.

O governo tem adotado diversas ações de estímulos, como a redução da Selic ao menor nível histórico -de 8,50 por cento ao ano-, desonerações fiscais e liberação de mais crédito.

A última medida foi definida na quinta-feira, quando o governo elevou a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), entre outros, de motos importadas ou que não sejam produzidas na Zona Franca de Manaus para proteger os fabricantes no país.

(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier e Diogo Ferreira Gomes, no Rio de Janeiro; Tiago Pariz, Luciana Otoni e Ana Flor, em Brasília; Frederico Rosas, Vivian Pereira, Carolina Marcondes e Alberto Alerigi, em São Paulo)

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