Philip Morris e Altria negociam fusão para criar gigante do tabaco
Nova empresa seria avaliada em torno de US$ 200 bilhões; foco de ambas as companhias é no cigarro eletrônico
A Altria e a Philip Morris anunciaram nesta terça-feira, 27, que estão conversando sobre uma possível reunificação — as duas empresas se tornaram independentes há dez anos. Caso a fusão se concretize, seria criada uma gigante do setor de tabaco de mais de 200 bilhões de dólares.
Apesar do anúncio das conversas, as companhias informaram, em comunicado, “que não há certeza sobre nenhum acordo ou transação, advindos das discussões; adicionalmente, não é possível afirmar que um acordo será alcançado”.
As duas companhias se separaram em 2008, devido à pressão de investidores que buscavam maior parcela de lucros e dividendos. Agora, no entanto, o cenário mudou. Em 2017, a British American Tobacco, dona da Souza Cruz, pagou 49,4 bilhões de dólares para comprar a rival americana Reynolds, criando uma mega companhia de tabaco e ameaçando as duas concorrentes.
Além disso, tanto a Altria como a Philip Morris apostam, no momento, nos cigarros eletrônicos. A reunificação, especulada já há algum tempo pelos analistas, uniria dois dos mais populares produtos do ramo, o IQOS, da Philip Morris, e o Juul, da Altria.
A movimentação, porém, ocorre em um momento delicado da Philip Morris – multinacional, avaliada em 120 bilhões de dólares e que vende marcas emblemáticas como Marlboro em mais de 180 países (Altria o comercializa nos Estados Unidos). Em julho, as ações da companhia caíram 16% na bolsa, devido a notícias alarmantes sobre os efeitos dos cigarros eletrônicos para a saúde.
Na semana passada, foi noticiada a primeira morte por graves problemas respiratórios supostamente associada ao consumo desses produtos nos Estados Unidos, onde foram registrados 193 casos de pacientes com sintomas similares que haviam usado o dispositivo.
Os Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC, em inglês) afirmaram que ainda não foi estabelecida a causa concreta dessa morte, mas que muitos dos casos detectados de pacientes com graves problemas respiratórios tinham consumido produtos que continham tetrahidrocannabinol – principal componente psicoativo da maconha.
(Com EFE e Reuters)