Por Sabrina Valle
Rio de Janeiro – A Peugeot Citroën apresentou nesta quarta-feira, no Rio de Janeiro, projeto que une carros elétricos (híbridos a diesel) com biocombustível (biodiesel). É a primeira vez no mundo que uma montadora une as duas tecnologias – híbrido e biodiesel. Juntas, elas diminuem a redução de emissão de CO2 até a metade da emissão de um veículo comum movido a diesel.
Mesmo que o Brasil não permita a venda de carros de passeio movidos a diesel, o projeto foi anunciado no País, no âmbito da Rio+20, pois foi fruto do centro de pesquisa local da empresa em parceria com a Universidade de São Paulo (USP). O centro de pesquisa do grupo para combustíveis renováveis fica no Brasil por causa da vocação do País na área.
Foram apresentados a jornalistas dois modelos híbridos (Hybrids4 Peugeot 3008 e Citroen DS5), que já estão em circulação na Europa. O segundo modelo chegou a ser usado pelo presidente francês François Hollande durante a cerimônia de sua posse.
Os modelos foram testados utilizando o biocombustível B30, uma mistura de 30% de biodiesel com 70% de diesel comum. O B30, desenvolvido no Brasil, é uma evolução do biodiesel ainda sem aplicação comercial. Hoje, no Brasil, é utilizado em escala comercial até o B5 (5% bio) para veículos pesados e, na Europa, B10 (10% bio). “Quando o B30 tiver escala, já estamos prontos”, disse o presidente do grupo para Brasil e América Latina, Carlos Gomes. Também estão sendo iniciados na Peugeot Citroën os testes do B100, totalmente composto por biodiesel.
O grupo diz que não mantém conversas com o governo brasileiro para a permissão de venda de veículos a diesel no Brasil, mas que o combustível é uma realidade no resto do mundo e continuará sendo por muito tempo, daí a necessidade de torná-lo menos poluente. A empresa também julga ser importante investir em novas tecnologias e estar preparada para o caso de ganhos de escala, quando e se surgirem. “É importante estar em várias áreas, por isso desenvolvemos projetos simultâneos de carros elétricos e de biodiesel”
Os veículos funcionam com dois motores, um de diesel na frente e outro elétrico na traseira. Testes realizados no Brasil e na França em estradas comuns mostraram que o uso do modo elétrico chegou a até cerca 50% do tempo de viagem. Em média, os modelos híbridos a biodiesel emitem 75g de CO2 por quilômetro rodado, contra 99g de um modelo híbrido e 150g de um modelo comum a diesel.