Petrolífera gera caixa superior ao PIB de muitos países
A saudita Saudi Aramco reportou lucro de 48,4 bilhões de dólares no segundo trimestre de 2022, cifra maior que a economia de muitas nações
A retomada acelerada da atividade econômica pós-pandemia e a eclosão de uma guerra no Leste Europeu fizeram os preço do petróleo subir acima de 100 dólares o barril nos últimos meses, apesar do recente recuo abaixo deste patamar pelo risco de recessão global. A alta dos preços na primeira metade do ano engordou os caixas das petrolíferas, com muitas registrando lucros recordes. A saudita Saudi Aramco reportou lucro de 48,4 bilhões de dólares (cerca de 251,7 bilhões de reais na cotação atual) no segundo trimestre de 2022, cifra maior que o PIB de muitos países.
O lucro da Aramco é 90% maior que o registrado no mesmo período do ano passado, sendo esse o maior lucro trimestral da companhia desde 2019, ano em que suas ações foram listadas na bolsa de valores. Se fosse um país, o PIB da empresa ocuparia a 88ª posição no ranking do Banco Mundial, entre a República Democrática do Congo (53,9 bilhões de dólares) e a Tunísia (46,8 bilhões de dólares). A companhia não é a única com ganhos recordes. Aqui no Brasil a Petrobras lucrou 11,01 bilhões de dólares (54,33 bilhões de reais) no segundo trimestre de 2022, o equivalente a 26% mais do que o mesmo trimestre do ano passado. Ambos os resultados vêm na esteira do aumento dos preços do barril.
Hoje, o preço do barril do petróleo tipo brent está sendo negociado no patamar de 90 dólares. Apesar da queda do preço devido às perspectivas de uma recessão global, os fortes ganhos garantem segurança para o caixa das empresas. A Aramco informou que deve continuar pagando um dividendo trimestral de 18,75 bilhões de dólares. “Embora a volatilidade do mercado global e a incerteza econômica permaneçam, os acontecimentos durante o primeiro semestre deste ano sustentam nossa visão de que o investimento contínuo em nosso setor é essencial, tanto para ajudar a garantir que os mercados permaneçam bem abastecidos quanto para facilitar uma transição energética ordenada”, declarou o presidente e CEO da Aramco, Amin Nasser.