Os preços do petróleo terminaram em alta nesta terça-feira, em Londres e em Nova York, sustentados pela fragilidade do dólar. Os dois mercados apresentaram sessões extremamente voláteis refletindo a incapacidade dos dirigentes políticos americanos de alcançar um acordo para evitar uma cessação dos pagamentos do país.
No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de West Texas Intermediate (designação do “light sweet crude” negociado nos EUA) para entrega em setembro terminou o dia cotado a 99,59 dólares, em alta de 39 centavos em relação à segunda-feira.
Oscilando durante toda a sessão, os preços chegaram a 100,62 dólares no final do dia, nível que não era alcançado desde junho, mas acabaram retornando a um patamar inferior à barreira dos 100 dólares no fechamento.
No IntercontinentalExchange de Londres, o barril de Brent do Mar do Norte com igual vencimento ganhou 34 centavos, fechando a 118,28 dólares.
“O único fator real que sustenta os preços do petróleo é a debilidade do dólar, assim como cifras positivas sobre a confiança do consumidor”, que se recuperou em julho nos Estados Unidos, disse Matt Smith, de Summit Energy.
“O mercado está volátil devido às enormes incertezas”, disse o analista.
Os congressistas seguem sem alcançar um acordo sobre o limite da dívida dos Estados Unidos. Em um discurso feito na noite de segunda-feira, o presidente Barack Obama pediu aos republicanos que evitassem o default até o dia 2 de agosto, já que isso provocaria uma “grave crise econômica”.
“O default afetaria a demanda (de petróleo), mas o mercado está reagindo agora a queda do dólar (o que torna o petróleo atrativo para os compradores que usam outras moedas)”, explica Tom Bentz, do BNP Paribas.
Toda debilidade do dólar tende a impulsionar a alta dos preços das matérias-primas cotadas na divisa americana, que as torna mais atrativas para os investidores que contam com outras moedas.