Por Ricardo Gozzi
Nova York – Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta de mais de 3% hoje em meio a temores de que tensões geopolíticas possam vir a interferir nas exportações globais da commodity. Ao mesmo tempo, o preço do petróleo foi beneficiado por dados encorajadores sobre a economia dos Estados Unidos, que também impulsionaram os mercados de ações.
O contrato de petróleo para entrega em janeiro expirou ao término da sessão de hoje na bolsa mercantil de Nova York (Nymex), fechando em alta de US$ 3,34 (3,55%), a US$ 97,22 por barril. Enquanto isso, o petróleo para fevereiro, cujo contrato passa agora a ser o de vencimento mais próximo, subiu US$ 3,19 (3,39%), encerrando a sessão em US$ 97,24 por barril. O volume de negócios caiu aproximadamente pela metade na Nymex ante a proximidade das festas de fim de ano.
Na plataforma eletrônica ICE, o Brent para fevereiro fechou em alta de US$ 3,09 (2,98%), a US$ 106,73 por barril.
O mercado de petróleo foi dominado hoje pelo noticiário sobre o Irã. Representantes de 11 países, entre eles os Estados Unidos e a Arábia Saudita, se reuniriam hoje para discutir sanções às exportações de petróleo da república islâmica. O Irã é o terceiro maior exportador mundial de petróleo, enviando ao exterior cerca de 2,2 milhões de barris por dia.
Apesar de os EUA não comprarem petróleo do Irã, a possibilidade de sanções alimentou temores de que a já apertada oferta global da commodity fique ainda mais restrita. Os EUA e alguns de seus aliados têm aplicado sanções diversas a Teerã por conta de seu programa nuclear.
Também emergiram preocupações com a crise política no Iraque em um momento no qual a indústria de petróleo do país começa a dar sinais de recuperação depois de anos de guerra. No Casaquistão, enquanto isso, o governo decretou estado de emergência em Zhanaozen, polo petrolífero no Mar Cáspio, depois de pelo menos 11 pessoas terem morrido em choques entre trabalhadores dispensados pela indústria de petróleo local e forças de segurança. O Casaquistão exportou 1,5 milhão de barris por dia em 2010.
“São apenas mais evidências de agitação em áreas de produção de energia. Quem vai ser o próximo? Vamos ter distúrbios no Texas?”, questionou Bill O’Grady, estrategista-chefe da Confluence Investment Management. As informações são da Dow Jones.