Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Petrobras muda política de reajustes da gasolina

Companhia adota mecanismo de proteção cambial para barrar alta do combustível; reajustes de preços, que hoje são diários, poderão ocorrer a cada 15 dias

Por Ana Paula Machado
Atualizado em 6 set 2018, 12h43 - Publicado em 6 set 2018, 09h33

A Petrobras informou, nesta quinta-feira (6) que irá criar um mecanismo de proteção financeira (hedge) para controlar o preço da gasolina. Com isso, os reajustes, que hoje são diários, poderão acontecer a cada 15 dias.

“A Petrobras entende ser importante implementar mecanismos que lhe permitam ter a opção de alterar a frequência dos reajustes diários do preço da gasolina no mercado interno, podendo até mantê-lo estável por curtos períodos de tempo, de até 15 dias, conciliando seus interesses empresariais com as demandas de seus clientes e agentes de mercado em geral”, informou a companhia.

O diretor financeiro da Petrobras, Rafael Grisolia, afirmou que a empresa identificou que era importante “trazer mecanismos financeiros de proteção para os momentos de volatilidade da gasolina e do câmbio”. Ele não informou, no entanto, porque a empresa optou por utilizar essas ferramentas financeiras neste momento.

Na quarta-feira (5), litro da gasolina ficou 1,68% mais caro nas refinarias do país, passando de 2,17 reais para 2,20 reais. É o maior valor desde a política adotada há um ano, com os preços atrelados ao mercado internacional.

Segundo a estatal, essa proteção poderá ser aplicada em momentos de oscilação do preço da gasolina no mercado internacional. Vale lembrar que a cotação é em moeda americana, impacta os custos por aqui diante da desvalorização do real frente ao dólar. A moeda americana ultrapassou a barreira dos 4 reais e atualmente oscila entre 4,10 a 4,20 reais, o que interfere muito no preço da gasolina.

Continua após a publicidade

“São mecanismos que mantêm o resultado financeiro para a companhia. São opções. Continua a de reajuste diário”, afirmou o diretor financeiro.

A Petrobras passará a comprar derivativos de gasolina na bolsa de Nova York, além de hedge cambial, que suportarão a manutenção do preço por um período de até 15 dias, considerado o máximo de eficiência financeira, sempre que for detectada instabilidade no mercado.

O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, disse que a medida anunciada nesta sexta-feira pela Petrobras é positiva, pois, irá trazer mais tranquilidade ao mercado.

Continua após a publicidade

“Nessa época do ano, as questões climáticas, como furacões nos Estados Unidos, influencia muito os preços internacionais, muitas refinarias param a operação. Além disso, o fator eleição presidencial no Brasil tem impactado muito o dólar e a moeda americana tem oscilado muito e sempre acima de 4 reais. Quando tiver cenários desse tipo e o preço da gasolina disparar, a Petrobras pode segurar o reajuste em até 15 dias. Isso é bom para o mercado”, disse Pires.

Em fase de teste, essas medidas poderão ser estendidas para outros produtos, como o óleo diesel, no futuro. Atualmente, não faz sentido aplicar essas ferramentas no diesel, porque o combustível está sendo subsidiado pelo governo.

O mecanismo financeiro anunciado pela Petrobras nesta quinta-feira para evitar volatilidade excessiva no preço da gasolina no prazo de 15 dias não evitará o repasse de altas da cotação da commodity no mercado internacional, segundo Jorge Celestino. “O que essa ferramenta está tirando é a volatilidade. O delta (de variação de preço) ao final dos períodos se mantém, será aplicado”, afirmou.

Como exemplo de eventos que podem causar volatilidade excessiva, Celestino citou ocorrências climáticas nos Estados Unidos. “Os preços sempre vão variar segundo a oferta e a demanda. Mas existem fatores que vão impactar, por exemplo, uma temporada de furacão nos Estados Unidos, que deixa algumas instalações indisponíveis. Isso traz um efeito de volatilidade que não é estrutural, é conjuntural”, afirmou.

Continua após a publicidade

Com Estadão Conteúdo

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.