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Petrobras desmente Bolsonaro sobre oscilação de preço dos combustíveis

Em nota, empresa rebateu declaração de que a companhia iniciaria, esta semana, uma política de redução dos preços praticados

Por Victor Irajá Atualizado em 6 dez 2021, 13h29 - Publicado em 6 dez 2021, 13h25

Ou o presidente Jair Bolsonaro tem informações privilegiadas (que não deveriam estar disponíveis ao ocupante do cargo que detém), ou tem espalhado informações falsas. Nesta segunda-feira, 6, a Petrobras, uma empresa de capital misto, teve de vir a público desmentir o mandatário da República. Em entrevista concedida ao site Poder360, Bolsonaro afirmou que a empresa iniciaria um processo de diminuição de preços dos seus produtos. “A Petrobras começa nesta semana a anunciar redução no preço do combustível”, afirmou o presidente, em publicação do último domingo, 5. Pois bem. Nesta segunda, a empresa emitiu uma nota para dizer o contrário do que afirmou Bolsonaro, informando que não antecipa as decisões sobre o preço dos combustíveis.

“A Petrobras monitora continuamente os mercados, o que compreende, dentre outros procedimentos, a análise diária do comportamento de nossos preços relativamente às cotações internacionais. A Petrobras não antecipa decisões de reajuste e reforça que não há nenhuma decisão tomada por seu Grupo Executivo de Mercado e Preços que ainda não tenha sido anunciada ao mercado”, diz o posicionamento da empresa. 

Não é a primeira vez que Bolsonaro opina sobre os combustíveis, dando a entender que é informado sobre a oscilação de preços praticados pela Petrobras. Em novembro, na Itália, o presidente havia afirmado que a empresa aumentaria os valores da gasolina, do etanol e do diesel. “A Petrobras anuncia, isso eu sei extraoficialmente, novo reajuste em 20 dias”, afirmou na ocasião. Por causa dessas declarações, o presidente entrou na mira do Comitê de Valores Mobiliários, a CVM, que quer entender se o presidente usa o cargo para influenciar no preço das ações da companhia, que tem seus papéis listados na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, e nos Estados Unidos.

Como mostra reportagem de VEJA, a gasolina, que há um ano tinha preço médio de 4,35 reais o litro no país, hoje vale em média 6,75 reais. Em algumas cidades, como o Rio de Janeiro, o valor médio é maior e bate os 7,34 reais. Em Bagé, no Rio Grande do Sul, já chegou a 7,94 reais. São valores recorde, que não dão sinais de que devem ceder tão cedo e podem até aumentar e bater os 8 reais. Com sua política (correta, diga-se) de definir preços de acordo com os padrões internacionais, torna-se alvo de pressão de políticos em busca de soluções simplistas e populistas. Do presidente da República a congressistas dos mais diferentes matizes, muitos defendem o controle de preços e a intervenção nas políticas da estatal em maior ou menor grau.

No fim de outubro, Jair Bolsonaro chegou a declarar que a empresa — uma corporação mista com acionistas no Brasil e no exterior, sujeita às regras internacionais de boa governança — não deveria ter lucros elevados. Desde o início do ano, a alta dos preços supera os 60%, e as perspectivas não são muito animadoras. O banco de investimentos Goldman Sachs estimou, no fim de outubro, que a pressão da demanda poderia elevar os preços acima dos 90 dólares ainda neste ano, e o Bank of America acredita que a marca dos 120 dólares pode ser atingida no primeiro semestre de 2022.

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