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Petrobras condiciona plano de negócios a fim de subsídios

Presidente da estatal, Graça Foster, diz que comunicará regularmente o governo que a paridade de preço com o mercado internacional é condição para a manutenção dos investimentos

Por Da Redação
25 jun 2012, 17h42

Antes do reajuste, defasagem dos preços internos com os praticados no exterior era da ordem de 30%

Aumentos autorizados na semana passada já ajudam, mas são insuficientes, avalia Petrobras

O ambicioso plano de negócios da Petrobras, que prevê investimentos de 236,5 bilhões de dólares entre 2012 e 2016, está condicionado à paridade dos preços internos com os externos, ou seja, ao fim do subsídio indireto que o Brasil dá aos combustíveis. Foi o que indicou nesta segunda-feira a presidente da companhia, Maria das Graças Foster, em uma apresentação do projeto a investidores e posteriormente em entrevista coletiva. “O plano aprovado pelo conselho diretor tem como orçamento a paridade com os preços internacionais”, destacou a executiva.

Apesar da alta das cotações internacionais do petróleo nos últimos anos, o Brasil manteve congelados os preços dos combustíveis no mercado interno para controlar a inflação. Esse subsídio indireto causa perdas à empresa, que importa óleo cru a preços internacionais e vende derivados conforme os preços fixados pelo governo. Os prejuízos aumentaram nos últimos meses porque, diante do forte aumento do consumo interno, a Petrobras teve de expandir suas importações de petróleo e derivados de 500 mil barris diários no início de 2011 para cerca de 800 mil barris diários em maio passado.

Diante desta quadro, a estatal anunciou na sexta-feira passada um reajuste de 7,83% dos preços da gasolina e de 3,94% no caso do óleo diesel, que não será sentido pelo consumidor porque o imposto sobre os combustíveis foi reduzido na mesma proporção – o que fez o subsídio se tornar uma redução das receitas do Estado, segundo as autoridades.

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Preços podem subir ainda mais – O reajuste não foi suficiente para alcançar a paridade desejada pela Petrobras. Na manhã desta segunda-feira, as ações da companhia registravam queda de 5% na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). “Uma revisão dos preços dos combustíveis abaixo do esperado pelo mercado já nos deu condições para trabalhar de forma mais estável, mas trabalhamos com a paridade internacional e ponto”, afirmou Foster, ao indicar que os preços dos combustíveis podem aumentar ainda mais no país.

Analistas de mercado estimavam, antes do reajuste, que a defasagem entre os preços girava em torno de 30%.”Não queremos transferir a volatilidade dos preços ao consumidor. Mas sempre que for necessário, ou pelo menos uma vez por mês, vamos mostrar ao controlador (o Estado brasileiro) qual é a condição para dar continuidade aos projetos”, acrescentou.

O plano de negócios também estima que o preço do barril de petróleo, atualmente em 110,8 dólares, caia para cerca de 90,0 dólares no longo prazo. Esse valor e a paridade permitirão que a Petrobras financie a maior parte de seus investimentos para os próximos cinco anos com 136 bilhões de dólares procedentes de suas receitas operacionais.

Ameaça de revisão – O restante será financiado com recursos de caixa (15 bilhões de dólares), com um plano de desinvestimento (14,8 bilhões de dólares) e com novas captações de até 80 bilhões de dólares. Caso a estatal tenha de vender combustíveis sem paridade ou o preço do barril de petróleo caia abaixo do previsto, a companhia terá de revisar seu plano.

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Foster disse que, do total de investimentos, a companhia destinará 141,8 bilhões de dólares (60%) para prospecção e produção e 65,5 bilhões de dólares (27,7%) para refino, transporte e comercialização.

O investimento em refino, que permitirá ao Brasil deixar de importar gasolina e diesel, será de 31,2 bilhões de dólares e prevê, principalmente, a conclusão de duas novas refinarias já em obras. Essas inversões aumentarão a capacidade do país dos atuais 2 milhões de barris diários para 2,4 milhões. Além disso, metade dos investimentos em prospecção e produção será destinada ao pré-sal.

Foster explicou que a Petrobras trabalhará com metas mais realistas e que, por esse motivo, a companhia reduziu suas projeções de produção para 2020 de 4,91 milhões de barris de petróleo diários a 4,2 milhões de barris diários. Enquanto o plano anterior previa que a Petrobras chegaria a 2015 com uma produção diária de 3,07 milhões de barris de petróleo, a nova estimativa aponta uma produção de 2,5 milhões de barris diários para 2016.

(com agência EFE)

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