A Petrobras irá aumentar o preço dos combustíveis nas refinarias a partir de quarta-feira, 25. O preço médio passa de 3,08 reais para 3,31 reais, uma alta de 23 centavos ou 7,46%. Esse é o primeiro aumento nos preços da gasolina desde junho de 2022. Na ocasião, a petroleira subiu os preços em 5,18%. O último reajuste dos preços da gasolina havia sido realizado em dezembro, com redução de 6,1%.
“Esse aumento acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio”, afirma a companhia em comunicado. A política de preços da Petrobras leva em consideração o câmbio e o preço do barril de petróleo no mercado internacional, a chamada Política de Paridade de Importação (PPI). Segundo relatório da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) divulgado também nesta terça, a gasolina está defasada em 14%.
A política de preços da Petrobras foi duramente atacada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que no ano passado trocou duas vezes o presidente da companhia por causa de aumentos sucessivos nos preços dos combustíveis, devido tanto à alta do câmbio quanto ao estouro dos preços do barril de petróleo com a guerra da Rússia. Neste ano, os preços do petróleo passaram a acelerar, apesar de um ritmo menor do que em 2022. Em 6 de janeiro, o barril de petróleo fechou em 77 dólares, já, nesta terça-feira, o preço do barril do tipo Brent, referência para Petrobras, é negociado a 88 dólares.
A política de preços da companhia também não conta com a simpatia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de seu indicado para a presidência da estatal, Jean Paul Prates. O indicado do governo afirmou em entrevistas que pretende fazer alterações na política de preços da companhia, apesar de descartar intervenção e afirmar que haverá vinculação com o mercado internacional. Prates precisa passar pelas etapas de governança de companhia e por aprovação em assembleia para ser alçado à cadeira.
Nas bombas
O valor do combustível ao consumidor não depende apenas do preço cobrado nas refinarias, o valor também é composto por impostos e margens de lucro de distribuidores e dos postos. Segundo a Petrobras, 44,6% do preço médio da gasolina na bomba é relacionado à parcela da Petrobras.