Pesquisa traz bons sinais a Bolsonaro — mas que Lula também pode celebrar
Eleitor reconhece redução nos combustíveis e melhora na inflação, porém, a maioria declara que sua situação financeira atual está igual a de antes
O presidente Jair Bolsonaro (PL) mirou todos seus esforços no fim do primeiro semestre em pacotes para a redução do preços dos combustíveis (e o impacto na inflação), bem como em medidas que autorizassem a transferência de renda nas vésperas da eleição. Os resultados das medidas são reconhecidos pelo eleitor, segundo dados do levantamento do BTG Pactual/Instituto FSB Pesquisa, divulgado nesta segunda-feira, 15, porém apenas 21% do eleitorado afirma que sua situação econômica melhorou. Ou seja, por mais que Bolsonaro possa comemorar o retorno do esforço feito pelo governo, há um gosto agridoce para o capitão, algo que a campanha de seu principal adversário e líder das intenções de voto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pode capitalizar.
Segundo o levantamento, 64% dos eleitores afirmam que o preço dos combustíveis estão menores do que no último mês e 38% destes eleitores afirmam que o responsável pelo feito é o governo federal, enquanto 21% creditam à Petrobras. Até mesmo entre o eleitor de Lula, a atuação do governo federal é reconhecida: 27% afirmam que a redução ocorreu por medidas do governo federal, enquanto 28% falam sobre a Petrobras. Apesar da melhora da situação no preço das bombas e do reconhecimento da ‘paternidade’ da medida, Bolsonaro não cresceu nas intenções de voto: ficou estacionado em 35% enquanto Lula avançou 3 pontos percentuais, para 45%. “O presidente Jair Bolsonaro parece que já realizou ao máximo o retorno eleitoral da medida de redução do preço dos combustíveis. A estabilidade dos seus números eleitorais e do reconhecimento da assinatura do governo federal pelo anúncio são os principais indicativos disso”, afirma André Jácomo, diretor do instituto FSB Pesquisa.
Na percepção da situação econômica, também há indicativos de uma percepção melhor do eleitor, com a desaceleração da percepção de aumento dos preços nos próximos meses. Enquanto no fim de maio 70% acreditavam que os preços iriam subir, agora o número é de 40%. Apesar disso, 44% dizem que sua situação financeira permaneceu igual, 34% dizem que ela piorou e apenas 21% que ela melhorou, ou seja, uma fatia importante do eleitorado não reconhece os efeitos dessa desaceleração no próprio bolso.
O Instituto FSB ouviu, por telefone, 2.000 pessoas entre os dias 12 e 14 de agosto. A pesquisa tem margem de erro de 2 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%, e está registrada no TSE sob o número BR-00603/2022.