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PESQUISA-Brasil deve crescer mais este ano, com IPCA acima de 5%

Por Da Redação
19 abr 2012, 13h23

Por Silvio Cascione

SÃO PAULO, 19 Abr (Reuters) – A série de medidas do governo para estimular o crescimento da economia vai dar frutos ao longo do ano, permitindo que o Brasil alcance o ritmo dos vizinhos latino-americanos ao custo de uma inflação mais alta, mostrou pesquisa da Reuters publicada nesta quinta-feira.

Após uma alta de apenas 2,7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado, a economia deve ganhar fôlego com base no mercado de trabalho praticamente em pleno emprego para crescer 3,2 por cento em 2012 e 4,3 por cento em 2013, de acordo com a mediana das previsões de 35 analistas consultados.

No levantamento anterior, de janeiro, o mercado previa expansão de 3,3 por cento neste ano e de 4,5 por cento em 2013.

O México deve crescer 3,5 por cento este ano e no próximo, apoiado na recuperação da economia dos Estados Unidos, e a Colômbia, impulsionada pela forte demanda local, deve ir além de seus vizinhos para crescer 5 por cento em cada ano.

“A dúvida parece mais sobre o ritmo dessa retomada, não quanto à retomada em si”, disse o economista-chefe do J.Safra e ex-secretário do Tesouro, Carlos Kawall. “Já há uma recuperação no (primeiro) trimestre. Mas não é uma recuperação exuberante”, acrescentou ele, sem informar qual a projeção para este período.

O Brasil tem flertado com a recessão desde a metade do ano passado por causa da fraqueza da indústria e da diminuição das exportações líquidas em meio ao temor, agora amenizado, de uma nova crise global de crédito por causa dos problemas de dívida na zona do euro.

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Para estimular a economia, o governo da presidente Dilma Rousseff reagiu com uma série de cortes de juros básicos, reduções de impostos, crédito subsidiado e medidas para frear a alta do real. Uma das ações mais recentes foi o pacote de mais de 60 bilhões de reais, entre desonerações de folha de pagamento e novos aportes ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Na quarta à noite, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a Selic pela sexta vez seguida para 9 por cento ao ano, pouco acima da mínima recorde histórico de 8,75 por cento.

O crescimento econômico na América Latina, embora menor que em países da Ásia, continua mais rápido do que na maior parte dos países desenvolvidos, segundo outras pesquisas da Reuters.

O Fundo Monetário Internacional (FMI), que prevê expansão de 3,7 por cento este ano e de 4,1 por cento em 2013 da economia latino-americana, informou na terça-feira que a região tem perspectivas “promissoras” na medida em que as autoridades locais têm contrabalançado os riscos vindos da Europa com os efeitos da entrada excessiva de capitais.

Assim como o FMI, 16 de 28 economistas na pesquisa da Reuters que opinaram sobre os maiores riscos à América Latina mencionaram a entrada de capitais, que pode valorizar as moedas locais e superaquecer as economias.

Outros riscos mencionados por pelo menos 10 dos analistas foram volatilidade do preço das commodities, protecionismo e inflação -que, inclusive, deve voltar a subir no Brasil como efeito colateral da estratégia pró-crescimento.

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 12 meses deve subir 5,3 por cento no final de 2012 e 5,6 por cento em 2013, acima do centro da meta do governo de 4,5 por cento e de outros países da região, segundo a pesquisa da Reuters.

Os preços ao consumidor devem avançar 3,8 por cento no México, 3,5 por cento no Chile e 3,4 por cento na Colômbia no fim deste ano, de acordo com a pesquisa. A exceção é a Argentina, onde a inflação supera 20 por cento de acordo com estimativas privadas.

A alta da inflação, no entanto, não deve provocar um aumento dos juros no Brasil antes do último trimestre de 2013, mostrou a pesquisa, feita dias antes da última reunião do Copom. Analistas acreditam que o BC tolerará uma inflação ligeiramente acima da média para manter o crescimento por mais tempo.

“A inflação pode ser um risco para o Brasil, mas é um risco que está diminuindo,” disse José Francisco de Lima Gonçalvez, economista-chefe do Banco Fator.

(Reportagem adicional de Jean Luis Arce e Noe Torres na Cidade do México, Moises Avila em Santiago, Nelson Bocanegra em Bogotá, Magdalena Morales em Buenos Aires e Sarmista Sen em Bangalore)

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